Brasil

Defesa de Dilma protocola três novos recursos para análise

Nas peças, Cardozo pede a inclusão da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado no processo


	Cardozo: a delação de Machado é a principal aposta da defesa da presidente afastada Dilma Roussef
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Cardozo: a delação de Machado é a principal aposta da defesa da presidente afastada Dilma Roussef (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2016 às 20h08.

Brasília - O ex-advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, protocolou três novos recursos para análise do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, nesta segunda-feira, 6.

Nas peças, Cardozo pede a inclusão da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado no processo; a suspensão de Antonio Anastasia (PSDB-MG) da relatoria do caso; e questiona a aprovação em bloco de mais de 80 requerimentos na sessão da última quinta-feira, 2, alegando que o direito de defesa foi desrespeitado.

A delação de Machado é a principal aposta da defesa da presidente afastada Dilma Rousseff para provar a tese de que houve desvio de finalidade no processo.

O ex-presidente da Transpetro gravou conversas com os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), José Sarney (PMDB-MA) e o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Nos áudios, Jucá, aliado de Michel Temer e um dos principais articulares do impeachment, sugere que uma "mudança" no governo federal resultaria em um pacto para "estancar a sangria" da Operação Lava Jato.

Cardozo argumenta ainda que o senador Anastasia é parte interessada no processo, vez que o advogado Flavio Henrique Costa Pereira, coordenador jurídico nacional do PSDB, assinou o pedido de impeachment.

No entendimento da defesa, qualquer parlamentar da sigla estaria impedido de assumir a relatoria por conflito de interesses.

Ele também alega que uma das autoras da denúncia, a professora Janaína Paschoal, também já prestou serviços para o partido tucano há alguns anos e, portanto, isso também compromete o julgamento do relator.

Por fim, o advogado de Dilma também questiona a aprovação em bloco na semana passada de mais de 80 requerimentos, afirmado que houve desrespeito ao direito de defesa.

O ex-advogado-geral da União alega que não foi notificado sobre os pedidos, nem teve tempo para analisar e se posicionar sobre eles.

Na última sexta-feira, 3, Cardozo já havia recorrido contra questão de ordem da senadora Simone Tebet (PMDB-MS), aceita pelo presidente Raimundo Lira (PMDB-PB), que encurtaria o processo do impeachment em 20 dias.

Hoje, Lira voltou atrás da decisão e decidiu manter o cronograma inicial de Anastasia, com final previsto para meados de agosto.

Apesar de Cardozo considerar que o recurso perdeu o objeto com o novo entendimento do presidente do colegiado, Lewandowski ainda pode analisá-lo nos próximos dias.

Prazo

O recuo da comissão especial do impeachment, que manteve em 15 dias o prazo para as alegações finais de Dilma, não anula o efeito do recurso já enviado pela defesa da petista a Lewandowski.

Cardozo quer que Lewandowski admita um período ainda maior, de 20 dias, para o cumprimento da última fase de instrução do processo. Lewandowski deve concluir a análise sobre o caso ainda nesta segunda-feira, 6.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffImpeachmentPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresSenado

Mais de Brasil

Donald Trump mira e a 25 de Março reage: como comerciantes avaliam investigação dos EUA

Bolsonaro será preso? Entenda os próximos passos do processo no STF

Eduardo Bolsonaro celebra decisão do governo Trump de proibir entrada de Moraes nos EUA

Operação da PF contra Bolsonaro traz preocupação sobre negociação entre Brasil e EUA, diz pesquisa