Dilma: O advogado de Dilma, Flavio Caetano, pediu que a Procuradoria-Geral Eleitoral apure se ele prestou falso testemunho ao TSE
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de dezembro de 2016 às 18h19.
Última atualização em 19 de dezembro de 2016 às 18h19.
Brasília, 19 - A defesa de Dilma Rousseff quer que o Ministério Público Federal investigue o empreiteiro Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez.
A alegação é que "Otavio Azevedo teve a intenção deliberada de fazer afirmação falsa perante a Justiça Eleitoral", na medida em que o empreiteiro, em um primeiro depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral no processo que pode vir a cassar a chapa Dilma-Temer, apontou irregularidades na chapa, mas, em momento posterior, voltou atrás.
O advogado de Dilma, Flavio Caetano, pediu que a Procuradoria-Geral Eleitoral apure se ele prestou falso testemunho ao Tribunal Superior Eleitoral, e solicitou que a Procuradoria-Geral da República avalie se ele "imputou falsamente infração penal a quem sabia ser inocente".
"O requerimento tem como fundamento a afirmação falsa feita por Sr. Otavio Azevedo em seu 1º depoimento ao TSE, de forma enfática, de que a Andrade Gutierrez teria realizado doação de origem irregular de 1 milhão de reais à chapa Dilma-Temer nas últimas eleições. Após ser confrontado com documentos que demonstravam a regularidade da doação, inclusive com depósito da Andrade Gutierrez ao PMDB e cheque nominal à conta do candidato a Vice Michel Temer, o Sr. Otávio Azevedo modificou seu depoimento anterior e reconheceu a regularidade da doação eleitoral à chapa Dilma-Temer", diz Flavio Crocce Caetano, advogado de Dilma Rousseff.
Doação ilegal
Nesta segunda-feira, 19, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo informou que uma dentre as delações da Odebrecht aponta pagamento de dinheiro de caixa 2 à chapa da presidente cassada Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer, na campanha presidencial em 2012.
A informação é de que, em pelo menos um depoimento, a Odebrecht descreve uma doação ilegal de cerca de R$ 30 milhões para a coligação "Com a Força do Povo", que reelegeu Dilma e Temer em outubro de 2014. O valor representa cerca de 10% do total arrecadado oficialmente pela campanha.
Processo
O Tribunal Superior Eleitoral avalia se houve abuso de poder econômico e político na campanha. O processo, de relatoria do ministro do TSE Herman Benjamin, pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) já informou ao TSE que encontrou "fortes traços de fraude e desvio de recursos" ao analisar as informações colhidas com a quebra do sigilo bancário das gráficas Red Seg Gráfica, Focal e Gráfica VTPB, contratadas pela chapa Dilma/Temer.