Delcídio Amaral: senador tentou dissuadir o ex-diretor Petrobras Nestor Cerveró de aceitar o acordo de colaboração premiada (Geraldo Magela/ Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 18h45.
Brasília - A defesa do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) pediu hoje (3) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação da prisão do parlamentar, que está preso desde a semana passada na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Ele é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
Delcídio é investigado em três inquéritos na Corte.
De acordo com as investigações do MPF, o senador tentou dissuadir o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró de aceitar o acordo de colaboração premiada, ou que, se isso acontecesse, que evitasse delatar o parlamentar e também ex-controlador do Banco BTG André Esteves, que também está preso.
Em um trecho do processo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que Delcídio ofereceu dinheiro para evitar a citação de seu nome nas investigações.
“O senador Delcídio do Amaral ofereceu a Bernardo Cerveró auxílio financeiro, no importe mínimo de R$ 50 mil mensais, destinado à família de Nestor Cerveró, bem como prometeu intercessão política junto ao Poder Judiciário em favor de sua liberdade, para que ele não entabulasse acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal”, diz a PGR.
No STF, 68 pessoas são investigadas na Lava Jato, entre elas, 23 deputados federais, 14 senadores, um ministro de Estado e um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
As demais não têm foro por prerrogativa de função, mas são processados pela Corte, por ter ligações diretas com parlamentares.