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Defesa de Cunha entra com recurso para suspender cassação

Defesa do peemedebista alega que a decisão deve ser suspensa até que o plenário da Casa decida se deveria ter havido a votação de uma pena mais branda


	Último suspiro? Defesa de Cunha entra com recurso na Câmara para suspender cassação
 (Agência Brasil)

Último suspiro? Defesa de Cunha entra com recurso na Câmara para suspender cassação (Agência Brasil)

Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro

Publicado em 14 de setembro de 2016 às 17h15.

Brasília – Engana-se quem pensa que a novela da cassação do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve seu último capítulo na segunda-feira (12). Na manhã desta quarta-feira (14), a defesa do peemedebista protocolou um recurso na Secretária-Geral da Mesa da Câmara para suspender sua cassação. 

Cunha foi cassado com o apoio de 450 parlamentares, por quebra de decoro parlamentar, depois de ter dito à CPI da Petrobras que não tinha contas no exterior. Apenas 10 deputados votaram para que Cunha não perdesse seu mandato.

A defesa de Cunha alega que a decisão deve ser suspensa até que o plenário da Casa decida se deveria ter havido a votação de uma pena mais branda. Foram protocolados embargos de declaração, que é um tipo de recurso previsto em processos judiciais para esclarecer omissões ou pontos que ficaram obscuros ou contraditórios.

A equipe jurídica da Câmara analisará o recurso de Cunha, apresentado pelo advogado Marcelo Nobre. Depois do parecer da área técnica, o presidente da Casa Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidirá o que fazer com o recurso. Ele não tem prazo para analisar o caso.

A EXAME.com, a Secretária-Geral da Mesa afirmou que o embargo de declaração não está previsto no regimento interno. “É praticamente impossível desfazer uma cassação. Não há precedentes”.

De acordo com a defesa de Cunha, uma questão de ordem apresentada pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS) não foi apreciada pelo plenário, após decisão de Maia.

Considerado um dos principais aliados de Cunha, Marun apresentou uma questão de ordem sobre a possibilidade de se votar um voto em separado no lugar do parecer do Conselho de Ética. Marun queria que fosse apreciado um voto do deputado João Carlos Bacelar (PR-BA), outro aliado de Cunha, propondo uma pena mais branda – suspensão de seis meses e não a cassação.

“Não cabia ao presidente da Câmara rejeitar sua admissibilidade monocraticamente, sim ao plenário, em votação preliminar”, avaliou Marcelo Nobre, advogado do ex-deputado.

Na ocasião, Maia afirmou que nem um terço dos parlamentares presentes levantaram a mão para apoiar que a uma votação formal fosse realizada. O presidente da Casa disse ainda que o plenário só pode votar o parecer aprovado no Conselho de Ética.

A defesa alega ainda que a decisão deveria ter sido feita pelo plenário, assim como ocorreu no julgamento final do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). À época, o então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, reconheceu que a decisão sobre aceitar ou não o fatiamento da pena era responsabilidade do plenário do Senado.

Segundo o regimento interno da Casa, a apresentação de recurso em relação a uma decisão do presidente é permitida, desde que seja feita durante a sessão.

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