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Defesa de Bolsonaro rebate denúncia com 'indignação' e nega envolvimento em plano golpista

Advogados afirmam que acusação é "absurda" e que não "há provas contra o ex-presidente"

Publicado em 19 de fevereiro de 2025 às 05h37.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2025 às 05h37.

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A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro classificou como "absurda" a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que o acusa de envolvimento em um suposto plano de golpe de Estado.

Em nota divulgada na noite de terça-feira, 18, os advogados alegam que "não há evidências concretas que sustentem a acusação".

Os advogados afirmam que Bolsonaro nunca apoiou qualquer tentativa de ruptura democrática e que a denúncia se baseia exclusivamente em uma delação premiada, cujas versões teriam sido alteradas diversas vezes pelo delator.

A defesa destaca ainda que, mesmo após a análise de seus aparelhos telefônicos e a prisão de aliados próximos, não foram encontradas provas que o vinculassem ao suposto plano.

Em um dos trechos da nota, os advogados argumentam que a denúncia contém contradições e lacunas. "Não há qualquer mensagem do Presidente da República que justifique essa denúncia, apesar de uma devassa completa feita em seus telefones pessoais", afirmam.

Entenda o caso:

O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, apresentou nesta terça uma denúncia contra Bolsonaro e mais 33 pessoas, acusando-os de crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Segundo a denúncia, o grupo era comandado por Bolsonaro e contava com forte influência de setores militares, atuando de forma hierárquica para manter o ex-presidente no poder ou reconduzi-lo à força.

O caso será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e depois pelo colegiado da Corte, que decidirá se Bolsonaro se tornará réu.

A PGR dividiu os envolvidos em quatro núcleos:

  • Político: liderado por Bolsonaro e ex-ministros, como Augusto Heleno e Braga Netto.
  • Gerenciamento de ações: responsável pela coordenação das forças de segurança.
  • Operacional: formado por agentes de segurança para ações coercitivas.
  • Desinformação: encarregado de espalhar notícias falsas sobre o sistema eleitoral.

Entre os crimes apontados estão golpe de Estado, dano ao patrimônio da União e deterioração de bens tombados.

Leia a nota da defesa de Bolsonaro na íntegra:

A defesa do Presidente Jair Bolsonaro recebe com estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República, divulgada hoje pela mídia, por uma suposta participação num alegado golpe de Estado.

O Presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam.

A despeito dos quase dois anos de investigações — período em que foi alvo de exaustivas diligências investigatórias, amplamente suportadas por medidas cautelares de cunho invasivo, contemplando, inclusive, a custódia preventiva de apoiadores próximos —, nenhum elemento que conectasse minimamente o Presidente à narrativa construída na denúncia, foi encontrado.

Não há qualquer mensagem do Presidente da República que embase a acusação, apesar de uma verdadeira devassa que foi feita em seus telefones pessoais.

A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade. Não por acaso ele mudou sua versão por inúmeras vezes para construir uma narrativa fantasiosa.

O Presidente Jair Bolsonaro confia na Justiça e, portanto, acredita que essa denúncia não prevalecerá por sua precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos que a sustentem perante o Judiciário.

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