Caso golpista: Defesa de Bolsonaro questiona dados de Instagram de Cid, alegando destruição de provas. (Antonio Augusto/STF)
Agência de notícias
Publicado em 30 de junho de 2025 às 18h46.
Última atualização em 30 de junho de 2025 às 18h57.
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre a conta de Instagram que pode ter sido utilizada pelo tenente-coronel Mauro Cid, antes da apresentação das alegações finais no processo que envolve a trama golpista. A PGR irá se pronunciar sobre a absolvição ou condenação de Bolsonaro e outros réus no caso, e o prazo foi aberto pelo ministro Alexandre de Moraes, que concedeu 15 dias para que a PGR se posicione.
O advogado Celso Vilardi, defensor de Bolsonaro, afirmou que a PGR deve se manifestar sobre os dados apresentados pela Meta (dona do Instagram) e pelo Google, que indicam que Cid foi o responsável pela criação da conta. Apesar disso, o tenente-coronel voltou a negar, em depoimento à Polícia Federal (PF), ter utilizado o perfil, argumentando não ter criado a conta.
Vilardi destacou informações que apontam que a conta foi criada com um e-mail associado a Cid e que houve a verificação desse endereço. Além disso, os dados mostraram acessos em momentos próximos, 1 minuto de diferença entre o Instagram e o e-mail. O advogado também afirmou que o endereço IP de um dos acessos é da região onde Cid mora, em Brasília, e que o número de registro da conta do Instagram foi usado por Cid. Ele argumentou que essas informações demonstram que as alegações de Cid são inconsistentes e, possivelmente, envolvem a destruição de provas, especialmente após a exclusão da conta.
O tenente-coronel, por sua vez, negou essas alegações em depoimento à PF, afirmando não ter utilizado redes privadas (VPN) para ocultar sua localização e desconhecer quem tenha criado a conta.
A investigação também envolve o advogado Eduardo Kuntz, que, em depoimento ao STF, confirmou ter trocado mensagens com Cid pela plataforma. Kuntz é defensor do ex-assessor presidencial Marcelo Câmara, que é réu em outro núcleo da trama golpista. Em consequência, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão de Câmara e a investigação de Kuntz.
Na semana passada, Moraes também determinou que o advogado Paulo Cunha Bueno, defensor de Bolsonaro, e Fábio Wajngarten, ex-assessor de Bolsonaro, fossem investigados, por supostamente tentarem obter detalhes sobre a delação de Cid. Ambos serão ouvidos pela PF na próxima terça-feira.