Agência de notícias
Publicado em 10 de setembro de 2025 às 09h42.
O advogado de Jair Bolsonaro, Paulo Amador Bueno, disse que quer esperar o fim do dia para falar sobre a possibilidade de pedir prisão domiciliar para o ex-presidente, caso ele seja de fato condenado no julgamento da trama golpista em curso na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Vamos esperar o fim do dia", disse Bueno ao chegar a Corte.
Com o placar de 2 a 0 pela condenação dos réus, o Supremo retoma nesta quarta-feira o julgamento da trama golpista com o voto do ministro Luiz Fux. Caso também considere o ex-presidente os demais aliados acusados de tentativa de golpe como culpados, o colegiado já terá maioria. Fux, contudo, tem apresentado divergência em relação aos entendimentos de Moraes ao longo do processo.
Bueno contestou mais uma vez a deleção do ex-auxiliar de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
"Delação do Cid não deveria existir, ele é um mentiroso", disse Bueno.
A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também deve ser tema do voto de Fux. O ministro já sinalizou que considera ter havido omissões relevantes do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro em seus depoimentos e se referiu ao conjunto de declarações como “delações independentes”, sem plena coerência entre si.
Na sessão de terça-feira, Moraes rebateu essa visão ao afirmar que não havia “oito delações de Cid”, mas um conjunto consistente de elementos que reforçam a acusação. O voto de Fux pode trazer uma análise distinta sobre o peso probatório da colaboração.
O advogado Celso Vilardi, que também faz parte da equipe de defesa de Bolsonaro, por sua vez, disse ter esperança no voto de Luiz Fux.
"Se eu não tivesse esperança eu não estaria aqui", disse ele ao chegar ao Supremo.