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Declarações de Palocci sobre delação soaram como ameaça, diz Moro

O ex-ministro disse ser inocente e ter "nomes, endereços e operações realizadas" que poderiam render "mais um ano de trabalho" à força-tarefa da Lava Jato

Antonio Palocci: o ex-ministro foi condenado a 12 anos de prisão (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)

Antonio Palocci: o ex-ministro foi condenado a 12 anos de prisão (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 26 de junho de 2017 às 16h32.

O juiz federal Sérgio Moro não levou a sério a manifestação do ex-ministro Antonio Palocci de que estaria disposto a colaborar com a Operação Lava Jato.

A declaração do ex-ministro foi feita durante audiência no dia 20 de abril na qual foi interrogado na condição de réu.

Na ocasião, ele disse que era inocente e que teria "nomes, endereços e operações realizadas" que poderiam render "mais um ano de trabalho" à força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF).

Na sentença publicada nesta segunda-feira (26) em que condena Palocci a mais de 12 anos de prisão, Moro recuperou o assunto.

Segundo o juiz, as declarações do ex-ministro "soaram mais como uma ameaça para que terceiros o auxiliem indevidamente para a revogação da preventiva, do que propriamente como uma declaração sincera de que pretendia naquele momento colaborar com a Justiça".

Moro escreveu, ainda, que Palocci "é um homem poderoso e com conexões com pessoas igualmente poderosas", que poderia influir "indevidamente" no processo.

Por isso, segundo o juiz, o ex-ministro deverá permanecer preso mesmo que decida recorrer da condenação em primeira instância.

A defesa de Antonio Palocci afirmou que o ex-ministro tinha interesse em colaborar com a investigação. Para os advogados, tomar a manifestação do réu como uma ameaça a terceiros foi uma "dedução" de Moro.

Eles disseram, ainda, que irão recorrer da sentença.

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