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Falas de Bolsonaro sobre ONGs têm base em colaboradores, diz porta-voz

Sem apresentar provas, presidente afirmou que ONGs estariam envolvidas em queimadas; porta-voz disse que informações vêm de andanças pelo país

Bolsonaro: presidente afirmou que ONGs estariam envolvidas com queimadas (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Bolsonaro: presidente afirmou que ONGs estariam envolvidas com queimadas (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 21 de agosto de 2019 às 21h40.

Última atualização em 21 de agosto de 2019 às 21h42.

Brasília — As declarações do presidente Jair Bolsonaro de que ONGs estariam promovendo queimadas em represália a cortes de recursos para financiá-las têm por base informações de uma rede de colaboradores que mantém desde a época em que girava pelo país, afirmou na noite desta quarta-feira, 21, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros.

Mais cedo, Bolsonaro havia dito que ONGs poderiam estar por trás de queimadas na região amazônica por terem perdido recursos e querer atingi-lo. As declarações de Bolsonaro causaram espanto e indignação entre as organizações e também entre parlamentares.

"O presidente já destacou que muitas delas atende aos interesses estrangeiros que cobiçam as riquezas naturais existentes no território brasileiro. Algumas vivem exclusivamente do aporte financeiro externo e no momento, em face das ações do governo brasileiro, foram estancadas por má gestão", disse o porta-voz.

"O presidente tem a percepção de que essas queimadas podem estar sendo realizadas em represália a esses prejuízos por parte das organizações não-governamentais. Algumas denúncias desses atos já foram apontadas em algumas regiões", complementou.

O porta-voz disse ainda que o presidente conviveu com apoiadores e estabeleceu uma rede de colaboração de informações. Segundo ele, esses dados são checados por órgãos de governo.

"É importante ressaltar que o presidente, ao identificar a possibilidade há 4 anos de candidatar-se a este cargo maior do Poder Executivo percorreu toda a nação, praticamente todos os Estados, conviveu em vários desses Estados com apoiadores ou pessoas que vieram a tornar-se apoiadores", explicou Rêgo Barros.

"E ele (Bolsonaro) estabeleceu naturalmente uma rede de colaboração, rede essa que o abastece a partir de percepções locais, e que são posteriormente checadas pelos órgãos que estão diretamente ligados ao senhor presidente da República", continuou.

"Naturalmente, existe um sistema que estará trabalhando em colaboração para identificar efetivamente quais são os responsáveis, onde os fatos estão a ocorrer, para que haja uma ação sob o ponto de vista da segurança pública. É nesse contexto que o presidente da República vem expressando as suas opiniões", acrescentou o porta-voz.

Questionado a dar detalhes que embasariam essas afirmações do presidente, o porta-voz disse: "Existem relatos, não obstante eu não posso avançá-los em função da apuração que o senhor presidente da República vem determinado aos órgãos responsáveis."

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