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Declarações de Bolsonaro atrapalham investimentos, diz governador do MA

Em fala durante evento, Flávio Dino defendeu ainda que "não é saudável" o presidente produzir crises todos os dias

Jair Bolsonaro: presidente foi criticado por governador do Maranhão (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Jair Bolsonaro: presidente foi criticado por governador do Maranhão (Antonio Cruz/Agência Brasil)

BC

Beatriz Correia

Publicado em 5 de setembro de 2019 às 14h56.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou nesta quinta-feira, 5, que as declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, atrapalham os investimentos no Brasil. "Espero que Bolsonaro tenha algum amigo sincero perto dele", disse a uma plateia de empresários, em evento em Brasília.

Dino defendeu ainda que "não é saudável" o presidente produzir crises todos os dias.

"Quando houve a redemocratização do Brasil, Figueiredo era o presidente. E ele convivia, dentro do possível, com governadores de oposição", pontuou Dino, referindo-se ao ex-presidente da República João Baptista Figueiredo. "Então, acho que é preciso haver comparação com outros momentos da vida brasileira."

O governador afirmou ainda que não faz uma oposição de "vetos ideológicos" às propostas do governo Bolsonaro. "Ontem defendi a aprovação do acordo da base de Alcântara, que foi celebrado pelo governo federal", exemplificou. "Não temos vetos ideológicos."

Também presente ao evento, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), evitou falar diretamente sobre os efeitos das declarações de Bolsonaro sobre os investimentos no País. Leite afirmou que o período atual é difícil a ser administrado. "Um enorme desafio nos tempos atuais", falou, citando a interferência das redes sociais na política. Segundo ele, há uma "provocação diária pelos tuítes".

Leite defendeu que o Estado é uma "porta de entrada" para investimentos na América do Sul. Segundo ele, o Estado tem relação próxima com países como a Argentina, o Uruguai e o Chile. "Não é apenas uma proximidade do ponto de vista geográfico, mas também cultural", acrescentou.

Ao tratar dos atrativos do Rio Grande do Sul para investimentos, Leite lembrou de processos recentes de privatização, já aprovados na Assembleia Legislativa do Estado, de empresas de setores como energia elétrica e gás.

"Estamos também levando adiante o processo de concessões", disse Leite. "Vamos fazer novos projetos para PPPs (Parcerias Público-Privadas), para concessões de estradas", afirmou.

Os dois governadores participaram nesta quinta-feira da conferência "Agenda do Brasil para Crescimento Econômico e Desenvolvimento", promovida pelo Council of the Americas (COA), em Brasília.

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