Brasil

Decisões devem encorajar mudanças trabalhistas, diz ministro

Marcos Pereira disse que decisões judiciais que permitem flexibilizar leis trabalhistas devem “encorajar” o governo a levar adiante propostas nesse sentido


	Carteira de trabalho: Marcos Pereira disse que decisões judiciais que permitem flexibilizar leis trabalhistas devem “encorajar” o governo a levar adiante propostas nesse sentido
 (Agência Brasil/Agência Brasil)

Carteira de trabalho: Marcos Pereira disse que decisões judiciais que permitem flexibilizar leis trabalhistas devem “encorajar” o governo a levar adiante propostas nesse sentido (Agência Brasil/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2016 às 17h11.

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, disse hoje (19) que decisões judiciais recentes que permitem flexibilizar leis <a href="https://exame.com.br/topicos/direitos-trabalhistas"><strong>trabalhistas</strong></a> a partir de acordos coletivos abrem espaço para mudanças definitivas na legislação e devem “encorajar” o governo e o Congresso a levar adiante propostas nesse sentido.</p>

“Quero crer que essas decisões judiciais, tanto do Superior Tribunal do Trabalho [TST] quanto do Supremo Tribunal Federal [STF], deverão servir para fortalecer o nosso debate de defender que se aprove a prevalência do acordado sobre o legislado”, disse Pereira em palestra na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

“Estou trabalhando para que a gente pegue essas decisões e avance, se encoraje. Se a Justiça do Trabalho e a Suprema Corte do país já estão reconhecendo, por que não avançarmos também no âmbito do Legislativo?”, acrescentou o ministro no encontro com empresários.

Na semana passada, o ministro do STF Teori Zavascki concedeu liminar permitindo que os trabalhadores de uma usina de cana-de-açúcar em Pernambuco trocassem o pagamento em dinheiro de de horas in itinere por outras vantagens.

Para compensar o pagamento pelo tempo em que são transportados pela empresa até o local de trabalho, os cortadores de cana poderão receber cestas básicas, abono anual superior a dois salários-mínimos e outros benefícios, além das negociações coletivos e das obrigações legais.

Outro caso semelhante foi julgado pelo plenário do STF, também na semana passada. Por maioria de votos, a Corte validou a constitucionalidade da Lei 11.901/2009, que estabeleceu jornada de 12 horas diárias de trabalho para bombeiros civis.

Os ministros entenderam que a jornada, com 36 horas de descanso, conforme estabelecido na norma, é válida e não fere os princípios constitucionais de direito à saúde do trabalhador.

Para a ministra Rosa Weber, oriunda da Justiça do Trabalho, nada impede que os trabalhadores possam fazer horas extras além das oito horas previstas na Constituição. “A Constituição, a Lei Fundamental, atribui essa possibilidade de prorrogação via compensação, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”, disse a ministra.

Congresso 

A terceirização, tema que tem sido discutido como parte de uma eventual reforma trabalhista, também está na pauta do governo, segundo Pereira. “Quinta-feira passada tivemos uma reunião na Casa Civil para discutir os projetos que estão tramitando sobre terceirização. É um tema que a gente está discutindo, precisa discutir de forma bastante madura, porque não podemos e não vão vamos tirar direitos dos trabalhadores. Mas alguma reforma precisa ser estudada e precisa ser feita”, ressaltou.

Em palestra na sede da Associação Comercial de São Paulo, também na capital paulista, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que as votações das reformas da Previdência e trabalhista não devem ser concluídas este ano na Câmara. “É melhor não gerar expectativa”, declarou. “Se tivermos a vitória do teto [Proposta de Emenda à Constituição do Teto de Gastos Públicos] e encerrar, na [reforma da] Previdência, com a comissão dentro dos prazos, teremos avançado de forma objetiva”, avaliou.

Acompanhe tudo sobre:CLTDireitos trabalhistasLegislaçãoLeis trabalhistasSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU