Brasil

Decisão foi acertada para a época, diz Wagner

Ex-integrante do conselho de administração da Petrobras defendeu a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA)


	Jaques Wagner: segundo Wagner, o que o conselho votou, em fevereiro de 2006, foi "a aprovação de uma compra de uma refinaria nos Estados Unidos, não a aprovação de um contrato"
 (Denis Ribeiro)

Jaques Wagner: segundo Wagner, o que o conselho votou, em fevereiro de 2006, foi "a aprovação de uma compra de uma refinaria nos Estados Unidos, não a aprovação de um contrato" (Denis Ribeiro)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de março de 2014 às 16h18.

Salvador - O governador da Bahia e ex-integrante do conselho de administração da Petrobras, Jaques Wagner (PT), afirmou nesta sexta-feira que os conselheiros da estatal confiaram nos responsáveis pela confecção do contrato de compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), pela empresa.

"É um contrato de 3 mil páginas, que tem inúmeras cláusulas", argumentou. "Não conheço todas, nem era para eu conhecer, porque uma empresa como a Petrobras tem filtros. Tem as gerências, as gerências-executivas, a diretoria, até chegar ao conselho de administração. Tem de haver uma relação de confiança (entre as áreas). Do que foi apresentado, o conselho votou decidindo que a compra era importante estrategicamente. Tanto que foi aprovada por unanimidade."

Segundo Wagner, o que o conselho votou, em fevereiro de 2006, foi "a aprovação de uma compra de uma refinaria nos Estados Unidos, não a aprovação de um contrato". De acordo com ele, o contrato foi concluído apenas em setembro daquele ano. "Ninguém apresentou um contrato detalhado", afirmou. "Foi dito: 'Tem este ativo, que está sendo oferecido nesta faixa de preço e que representa um posicionamento da empresa no mercado americano'. Isso em um momento que a gente não tinha um mercado de combustíveis tão desenvolvido aqui no Brasil."

O governador baiano disse também acreditar que a decisão do conselho foi acertada "para a época". "Uma empresa como a Petrobras trabalha com cenários, com projeções para 5, 10, 15 anos, mas se amanhã o cenário muda, tudo o que havia sido traçado estrategicamente pode não valer mais a pena", contou. "No cenário traçado em 2006, foi uma compra que integrava o projeto de desenvolvimento estratégico da Petrobras. Em 2008, houve a crise no mercado americano. Junto com isso, eles descobriram o shale gas (gás de xisto). Evidente que o cenário mudou. Aí, você descobre o pré-sal no Brasil, e a realidade muda completamente."

Ele, porém, não descartou a possibilidade de ter havido ilegalidades na confecção do contrato. "Se houve algum malfeito, que se investigue e se puna o responsável, mas isso é diferente da decisão do conselho, não vi nada de errado na nossa decisão de 2006", disse.

Para Wagner, apesar dos problemas envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, a Petrobras não pode ser acusada de ter problemas na governança corporativa. "A Petrobras tem ações em bolsas do mundo inteiro e uma das governanças corporativas mais rígidas do mundo", garantiu. "Para se ter uma ideia, nós criamos, quando eu estava no conselho de administração, um sub-conselho, só para acompanhar as questões de governança."

O governador também negou haver mal-estar entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, atual secretário de Planejamento da Bahia, apesar das declarações contraditórias dadas por eles sobre a aquisição da refinaria norte-americana. "Não vi (as declarações), por isso não vou comentar, mas acredito que cada um deu seu ponto de vista sobre o processo, normalmente", disse. "Não há mal-estar (com Gabrielli)."

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCaso PasadenaCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEnergiaEstatais brasileirasFusões e AquisiçõesGovernadoresIndústria do petróleoJaques WagnerPetrobrasPetróleoPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil

Justiça Eleitoral condena Marçal por abuso de poder e o declara inelegível

Alexandre de Moraes determina suspensão do Rumble no Brasil

ViaMobilidade investirá R$ 1 bilhão nas linhas 8 e 9 para reduzir intervalos e reformar estações