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Deborah Secco e Surfistinha criticam Bolsonaro, que não viu o filme

O presidente tinha dito que recursos da Ancine não deveriam ser usados para financiar filmes como Bruna Surfistinha

Deborah Secco como a personagem Bruna Surfistinha (Divulgação/Divulgação)

Deborah Secco como a personagem Bruna Surfistinha (Divulgação/Divulgação)

Felipe Giacomelli

Felipe Giacomelli

Publicado em 19 de julho de 2019 às 20h01.

Última atualização em 19 de julho de 2019 às 20h01.

São Paulo — A DJ Raquel Pacheco, que ficou conhecida como a garota de programa Bruna Surfistinha, e a atriz Deborah Secco, que a interpretou em um filme, criticaram o presidente Jair Bolsonaro pelos comentários feitos por ele nesta quinta (18).

Ao falar da transferência da Ancine do Rio para Brasília, Bolsonaro afirmou que filmes como o que retratou parte da vida de Pacheco não deveriam contar com recursos da agência.

 

"Agora há pouco, o Osmar Terra e eu fomos para um canto e nos acertamos. Não posso admitir que, com dinheiro público, se façam filmes como o da Bruna Surfistinha. Não dá. Ele apresentou propostas sobre a Ancine, para trazer para Brasília. Não somos contra essa ou aquela opção, mas o ativismo não podemos permitir em respeito às famílias, uma coisa que mudou com a chegada do governo", disse o presidente no evento que comemorou seus 200 dias de governo.

Pelo Twitter, Pacheco respondeu dizendo que o presidente tem problemas maiores que o filme da vida dela para se preocupar.

"Sobre mais uma infeliz declaração do Bolsonaro, digo que antes de ele fazer juízo de valor sobre os outros, deveria cuidar da moral da própria família e do nosso país. Ele está cuidando demais do que não precisa e fazendo pouco do que é realmente necessário para termos um país melhor", declarou.

Já Deborah Secco, que ficou marcada por ter interpretado Bruna no filme lançado em 2011, respondeu em um áudio fornecido por sua assessoria de imprensa, segundo VEJA. Nele, a atriz afirmou ter ficado chateada com o comentário e defendeu o longa, dizendo que foi uma oportunidade de debater uma parte da realidade das mulheres do país.

“Fiquei muito triste e um pouco chocada de o filme ter sido colocado nesse lugar. Temos que falar sobre tudo para que, através da arte, possamos debater sobre a realidade. Não podemos nos calar vendo tudo isso”, declarou. “A história retrata uma história real, não só da Bruna, mas de outras mulheres que se encontram nessa situação. Queria muito que nenhuma mulher tivesse que se vender para sobreviver, mas essa não é a realidade nosso país”, acrescentou.

Bolsonaro não assistiu ao filme

Nesta sexta (19), o presidente afirmou que não assistiu a Bruna Surfistinha. "Eu não, pô. Vou perder tempo com Bruna surfistinha? Tô com 64 anos de idade. Se bem que, tenho uma filha de oito anos, sem aditivos", disse em tom de brincadeira durante coletiva de imprensa.

Pouco antes, ele voltou a considerar a possibilidade de extinguir a Ancine, caso a agência pública não se adapte às regras impostas pela atual gestão. "Dinheiro público não vai ser usado para fazer filme pornográfico e ponto final. Acho que ninguém pode concordar com isso. A Ancine acho que é no Leblon (bairro do Rio de Janeiro)? Virão para Brasília. Aquelas noites badaladas, muita festa, vão fazer em Brasília essa festa. Estamos estudando a possibilidade, tem que ser lei, de voltar a ser agência ou quem sabe extingui-la. Deixa para a iniciativa privada fazer filme", afirmou. 

Ontem, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, negou a possibilidade de extinção da agência e disse que apenas a direção será transferida para a capital federal. (Com informações de Estadão Conteúdo)

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