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Debate quente mostra que candidatos de centro não jogaram a toalha

O encontro entre presidenciáveis de ontem à noite foi mais animado que de costume. O Motivo? Uma mudança brusca de votos ainda é possível

Este ano, 25% dos eleitores ainda não definiram seus eleitores, segundo pesquisas espontâneas

Este ano, 25% dos eleitores ainda não definiram seus eleitores, segundo pesquisas espontâneas

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2018 às 05h59.

Última atualização em 1 de outubro de 2018 às 07h17.

O debate eleitoral da noite de ontem, na Record, mostrou que os candidatos que ficaram para trás nas pesquisas não estão dispostos a jogar a toalha. A uma semana da votação do primeiro turno, Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Alvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB), priorizaram as críticas a Fernando Haddad (PT) e a Jair Bolsonaro (PSL), que segundo seus adversário acirram o ambiente de confrontos na campanha.

Bolsonaro foi cobrado por Ciro Gomes inclusive por não ter comparecido ao debate, uma vez que teve alta hospitalar neste sábado. Outros adversários, como Guilherme Boulos (PSOL), destacaram a manifestação das mulheres contra o Bolsonaro, no sábado. Marina, Alckmin e até Cabo Daciolo (Patriotas) incluíram o PT entre seus alvos. Alckmin afirmou que metade do Brasil “não quer radicalismos de direita, nem de esquerda”. Marina afirmou que “PT e Bolsonaro são cabos eleitorais um do outro”. Daciolo, incisivo como de costume, criticou Haddad: “o Lula é líder, você ainda tem uma longa caminhada”.

Haddad tentou mostrar compromisso com a ordem institucional depois de ter reafirmado, na sexta-feira, o interesse de sua chapa por uma reforma constitucional. “A democracia é único regime possível”, afirmou, para dois blocos depois reforçar a importância de uma nova Constituição. A proposta fez Ciro compará-lo ao general Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro, que propôs uma nova Constituição feita por um grupo de “notáveis”.

O debate mais animado que de costume tem explicação. O histórico recente de campanhas mostra que uma mudança brusca ainda é possível, embora pouco provável, segundo cientistas políticos. Segundo Mauro Paulino, diretor do instituto de pesquisas Datafolha, em 2014 23% dos eleitores decidiram seu voto na última semana. Este ano, 25% dos eleitores ainda não definiram seus eleitores, segundo pesquisas espontâneas.

Boa parte dos eleitores também não sabe o número dos candidatos, o que fez com que ontem muitos deles usassem pela primeira vez adesivo durante o debate. Segundo o Datolha, que divulga nova pesquisa na terça-feira, Marina Silva é quem pode ter mais problemas neste quesito: 85% de seus eleitores ainda não sabem seu número.

Na semana decisiva, os candidatos devem priorizar compromissos de campanha no Sudeste, o maior colégio eleitoral do país. Uma disputa interessante deve se dar no interior de São Paulo, onde Alckmin tentará recuperar votos perdidos para Bolsonaro. Ciro, que fechará a campanha no Ceará, tentará conquistar votos de Haddad no Nordeste. O petista, por sua vez, começará a semana no Rio, um dos estados em que perdeu mais espaço nesta campanha (mais detalhes no próximo texto).

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