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Debate em SP não alterou quadro eleitoral, diz analista

Um dos assuntos que geraram polêmica na última semana entre as duas candidaturas, o chamado "kit gay", acabou ficando fora do debate


	Fernando Haddad e José Serra no debate da TV Bandeirantes: ma eventual virada não pode ser descartada, mas teria de ser motivada por algum "fato contundente", diz analista
 (Divulgação/Band)

Fernando Haddad e José Serra no debate da TV Bandeirantes: ma eventual virada não pode ser descartada, mas teria de ser motivada por algum "fato contundente", diz analista (Divulgação/Band)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2012 às 20h48.

São Paulo - O primeiro debate do segundo turno das eleições paulistanas, realizado na noite desta quinta (18) pela TV Bandeirantes, deu continuidade ao discurso já utilizado pelos candidatos José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) no horário eleitoral, é o que avalia o especialista em marketing político e pesquisas eleitorais Sidney Kuntz. "O debate não alterou o quadro eleitoral. Ninguém apresentou nada muito diferente do outro e o que disseram é o que já está sendo mostrado pela propaganda eleitoral", analisou.

Um dos assuntos que geraram polêmica na última semana entre as duas candidaturas, o chamado "kit gay", acabou ficando fora do debate. Na avaliação de Kuntz, esse assunto não deu resultado no cenário eleitoral, o que desencorajou a entrada do tema no debate. "Se o Serra tivesse levado (o tema), certamente o Haddad mencionaria o material que incluía o combate à homofobia desenvolvido pelo Estado quando Serra era governador. Além de que, (o tema) já foi explorado na TV e não deu resultado", avaliou.

Baseado nas recentes pesquisas eleitorais divulgadas nesta semana, do Ibope e do Datafolha, que apontam Haddad entre 16 e 17 pontos porcentuais a frente de Serra, respectivamente, Kuntz avalia que o quadro eleitoral já está cristalizado. Para ele, uma eventual virada não pode ser descartada, mas teria de ser motivada por algum "fato contundente".


"Todas as armas já foram mostradas pelas duas campanhas. Tirar algo como 10 pontos nessa altura do campeonato, o que significa uns 700 mil votos, é difícil. Para mudar esse cenário, teria de aparecer algo muito grande, teria que haver uma carta na manga", diz.

O Ibope mostrou Haddad com 49% das intenções de votos e Serra com 33%. Já o Datafolha apontou Haddad com 49% e Serra com 32%.

Para Kuntz, a queda nas intenções de votos no tucano, registradas nessas pesquisas, deveriam levar a campanha a rever a estratégia nessa reta final da corrida eleitoral. "A agressividade não está funcionando em lugar nenhum. Até mesmo dirigentes tucanos não concordam", afirmou .

Do lado petista, Kuntz afirmou que o apoio do peemedebista Gabriel Chalita foi o "grande trunfo" da campanha no segundo turno. "O Chalita passou uma boa imagem, mesmo entre os que não votaram nele, já que ele não tinha rejeição. É como se anulasse um pouco o sentimento anti petista. O Chalita é um ex-tucano, foi secretario do Alckmin, ele deu o aval para tirar um pouco esse ranço contra o PT. Foi um grande apoio", avaliou. No lado de Serra, Kuntz relativizou a importância dos apoios angariados. "A Soninha, no primeiro turno, não bateu em ninguém, não passa uma imagem forte, e Paulinho teve uma votação muito baixa", disse.

Kuntz avaliou também que os embates entre Serra e jornalistas, ocorridos na última semana, podem ter algum efeito negativo entre os eleitores da classe média. "Isso soa mal, porque pode parecer destempero e atinge principalmente a classe média, que é quem lê jornais", avaliou.

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