Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 5 de abril de 2024 às 15h59.
Última atualização em 5 de abril de 2024 às 16h48.
O período para vereadores eleitos em 2020 mudarem de partido sem perder o mandato, conhecido como janela partidária, termina nesta sexta-feira, 5, às 23h59.
Entre as principais movimentações nas capitais estão a debandada de vereadores no PSDB em São Paulo e o fortalecimento do PSD no Rio, partido do prefeito da cidade Eduardo Paes, que se consolidou como a maior bancada da Câmara.
O prazo para movimentações começou em 7 de março, e termina na mesma data limite de filiação partidária para quem não tem cargo político e vai concorrer as eleições. A janela partidária é aberta em qualquer ano eleitoral, seis meses antes da votação.
Em São Paulo, o PSDB pode não ter vereador na Câmara Municipal pela primeira vez na história do partido. Após a decisão da executiva em não apoiar à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), a bancada inteira do partido, que era a maior ao lado do PT, decidiu deixar o partido. Em debandada, quatro políticos foram para o MDB, os outros foram para PSD, Podemos e PL.
Entre os nomes estão Fábio Riva, líder do governo na Câmara, Gilson Barreto, um dos fundadores do partidos, e João Jorge, filiado ao PSDB há 32 anos. O único vereador que ainda não anunciou para qual partido irá foi Xexéu Trípoli.
Em entrevista à EXAME, o presidente da sigla na cidade, José Aníbal, disse que as baixas do partido aconteceram por um alinhamento irrestrito do vereadores, sem considerar os interesses da sigla — e da cidade.
Em contrapartida, a sigla filiou o apresentador e jornalista José Luiz Datena. Convidado pela pré-candidata Tabata Amaral para ser vice, o comunicador estava no PSB e foi para o PSDB em um aceno de acordo entre os partidos. Como mostrou a EXAME, Datena disse que a sua vontade é estar ao lado de Tabata nas eleições, mas que o acordo depende de uma coligação entre os partidos.
Em um cenário favorável, o PSD do Rio de Janeiro saiu como "vitorioso" na janela partidária. A sigla da sua bancada de oito para 12 vereadores. Nas eleições de 2020, o partido elegeu apenas três parlamentares, mas outros nomes se filiaram ao longo do tempo, como o caso de Carlo Caiado, que deixou o DEM, e é o presidente da Câmara Municipal do Rio.
A mudança com maior simbolismo é de Cesar Maia, ex-prefeito da cidade e vereador, que estava no PSDB. Segundo o diretório da legenda, a ideia é eleger pelo menos 15 vereadores nas eleições deste ano. No total, a Câmara tem 51 parlamentares.
Outra mudança na composição partidária no Rio foi saída de Carlos Bolsonaro do Republicanos para integrar as fileiras do PL. Em 2020, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro teve 71 mil votos. É esperado que Carlos ajude a sigla aumentar as quatro cadeiras que têm hoje na Câmara.
Cotado como possível vice de Nunes, Aldo Rebelo anunciou que trocou o PDT pelo MDB nesta sexta-feira. O ex-ministro da Defesa e atual secretário de Relações Internacionais de São Paulo, histórico aliado dos governo Lula e Dilma, se aproximou do ex-presidente Jair Bolsonaro nos últimos anos e se coloca como uma opção a direita. A ideia é uma chupa pura, mas intenção pode enfrentar resistência do PL.