Brasil

De volta ao Brasil, Bolsonaro precisará encarar crise com Moro

Problemas iniciaram com a vontade do presidente em tirar poderes do seu ministro mais popular. Com a repercussão negativa, Bolsonaro voltou atrás

Bolsonaro e Moro: o presidente disse que avalia a recriação do Ministério da Segurança Pública, o que enfraqueceria a pasta de Moro (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro e Moro: o presidente disse que avalia a recriação do Ministério da Segurança Pública, o que enfraqueceria a pasta de Moro (Adriano Machado/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2020 às 06h56.

Última atualização em 27 de janeiro de 2020 às 07h18.

São Paulo — A viagem de volta da Índia do presidente Jair Bolsonaro está marcada para hoje. Comercialmente, a viagem foi promissora, com 15 acordos bilaterais assinados. Mas Bolsonaro foi constantemente cobrado por um tema sobre o qual deve se debruçar agora, na volta para casa: a nova crise com o ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Na semana passada, ao afirmar que o Ministério da Justiça poderia ser fatiado para que a pasta da Segurança Pública pudesse ser recriada, Bolsonaro deixou claro o seu descontentamento com o seu ministro mais popular – com aprovação em pesquisas superior à do próprio presidente.

Como os índices de violência vêm diminuindo, a manobra foi vista como uma forma de retirar parte dos poderes de superministro de Moro – tido como um possível rival em 2022 pelo clã Bolsonaro. Após a repercussão negativa (e de um aceno do próprio Moro de que sairia do governo com a mudança), Bolsonaro voltou atrás e negou que o Ministério da Justiça seria fatiado.

Além de uma eventual disputa nas urnas, o presidente não teria gostado da participação de seu ministro no programa Roda Viva, da TV Cultura, e também do avanço das investigações do Ministério Público a possíveis irregularidades cometidas pelo senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) na época de deputado estadual.

Essa não é a primeira vez que Bolsonaro coloca Moro na fritura. Em agosto, segundo o livro “Tormenta – Governo Bolsonaro, crises intrigas e segredos”, escrito pela jornalista Thaís Oyama, o presidente estava decidido a demitir o ministro.

O motivo foi que Moro pediu a Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, que reconsiderasse uma liminar que parou as investigações baseadas nos dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Entre elas, a que envolve Flávio Bolsonaro.

De acordo com a obra, o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, demoveu Bolsonaro da ideia. De lá pra cá, os próprios militares perderam peso dentro do governo.

De volta à crise com Moro, resta saber se Bolsonaro recuará mais uma vez ou continuará em rota de colisão com um dos nomes mais fortes de seu governo.

Acompanhe tudo sobre:BrasilExame HojeGoverno BolsonaroSergio Moro

Mais de Brasil

Erika Hilton apresenta hoje proposta para acabar com escala 6x1

Sul sofrerá com onda de calor, enquanto 18 estados terão chuvas intensas nesta terça

Lula se reúne hoje com centrais sindicais falar do FGTS de quem optou por saque-aniversário

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular