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De saída do STF, Ayres Britto prega 'cordialidade'

Nesta terça-feira, no final da sessão do conselho, ele fez um discurso emocionado e deu recados: órgão colegiado precisa de maiores doses de "gentileza"


	O ministro Joaquim Barbosa e o presidente do STF, Ayres Britto: Barbosa será o novo presidente do tribunal
 (José Cruz/Agência Brasil)

O ministro Joaquim Barbosa e o presidente do STF, Ayres Britto: Barbosa será o novo presidente do tribunal (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2012 às 19h22.

Brasília - Às vésperas de sua aposentadoria compulsória aos 70 anos, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, afirmou nesta terça-feira que não está frustrado porque deixará a Corte antes do final do julgamento do mensalão. "Sempre foi minha vontade tocar esse processo em um ritmo compatível com presteza e segurança. Se não puder proclamar o resultado, não será um problema. O ministro Joaquim Barbosa o fará e isso não me frustra em nada", afirmou Ayres Britto no intervalo de sua última sessão como presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Ele disse que não está triste. "Estou virando uma página e a estou fazendo com alegria. Não perdi minha viagem. Dei o máximo de mim, sempre com devoção e responsabilidade", disse o ministro que deverá deixar os cargos nesta sexta-feira (16).

Nesta terça-feira, no final da sessão do conselho, ele fez um discurso emocionado e deu recados. Disse que em um órgão colegiado deve ser mantida "alta taxa de cordialidade e gentileza" porque "aí o processo flui". Na véspera, o relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski, desentenderam-se seriamente. Lewandowski chegou a abandonar o plenário. "O derramamento de bílis não combina com a produção de neurônios", acrescentou Ayres Britto.

Em seu discurso, o presidente do STF e do CNJ falou sobre a remuneração dos juízes. Ele disse que o Judiciário "não é tratado remuneratoriamente à altura da superlatividade de seu papel". Ayres Britto afirmou que o custo de vida no Brasil é muito alto e que não é adequado comparar os salários dos magistrados daqui com os de outros países.

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