Brasil

De Dilma a Bolsonaro, a cronologia de um Brasil conturbado

Jair Bolsonaro receberá, em 1º de janeiro, a faixa presidencial das mãos de Michel Temer. Reveja a cronologia política do ano

Jair Bolsonaro: seu antecessor assumiu a Presidência após o impeachment de Dilma Rousseff (Andre Coelho/Getty Images)

Jair Bolsonaro: seu antecessor assumiu a Presidência após o impeachment de Dilma Rousseff (Andre Coelho/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 29 de dezembro de 2018 às 16h55.

Jair Bolsonaro receberá, em 1º de janeiro, a faixa presidencial das mãos de Michel Temer, que assumiu a Presidência após o impeachment de Dilma Rousseff, e teve um mandato marcado por denúncias de corrupção e crises econômica e de segurança pública, com altos índices de violência.

2015

- 1º de janeiro: a presidente Dilma Rousseff, do PT, inicia seu segundo mandato, tendo como vice Michel Temer, do então PMDB (atual MDB, centro-direita).

- 15 de março: registrados os primeiros protestos maciços contra o governo e em defesa da operação 'Lava Jato', sobre um esquema de corrupção montado na Petrobras.

- 5 de novembro: o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco em Mariana (Minas Gerais) deixa 18 mortos e provoca o maior desastre ambiental da história do Brasil.

- 2 de dezembro: a Câmara dos Deputados aceita examinar um pedido de impeachment de Dilma por manipulação das contas públicas.

2016

- 13 de março: Novos protestos contra o governo.

- 12 de maio: Dilma é afastada do cargo e Temer assume a Presidência interinamente, após o Congresso aprovar a abertura de processo contra a presidente. Sua destituição porá fim a 13 anos do PT no poder.

- 5 a 21 de agosto: Jogos Olímpicos do Rio.

- 31 de agosto: O Senado vota o impeachment definitivo de Dilma.

- 2 e 30 de outubro: o PT perde 60% de suas prefeituras nas eleições municipais, inclusive em São Paulo.

- 19 de outubro: o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que teve papel determinante no impeachment de Dilma, é preso em função da operação 'Lava Jato'. É condenado a quase 40 anos de prisão.

- 17 de novembro: o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, é preso no âmbito da 'Lava Jato'. Ele será condenado a cem anos de prisão.

- 29 de novembro: a aeronave da companhia boliviana LaMia, que levava a equipe da Chapecoense, cai ao se aproximar do aeroporto José María Cordoba, em Medellín. Setenta e uma pessoas morreram e seis sobreviveram.

- 13 de dezembro: o Senado aprova o congelamento dos gastos públicos por 20 anos, a primeira medida de austeridade do governo Temer.

2017

- Janeiro: uma guerra entre facções do crime organizado nos presídios do País deixam mais de 140 mortos.

- 30 de janeiro: é preso Eike Batista, que chegou a ser o homem mais rico do Brasil, por pagamento de propinas a autoridades do Rio. Ele será condenado a 30 anos de prisão.

- 14 de março: o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede 83 investigações contra políticos com foro privilegiado, com base nas delações de 77 ex-executivos da empreiteira Odebrecht.

- 17 de maio: o jornal O Globo divulga um áudio de Joesley Batista, um dos controladores da holding J&F, acionista majoritária da gigante do setor agroalimentar JBS. Na gravação, o presidente Temer parece avalizar um pagamento de propinas.

- 26 de junho: O procurador Janot denuncia a Temer por corrupção passiva. É a primeira vez que um presidente interino é denunciado por um crime comum. Em 14 de setembro, ele será denunciado novamente como o suposto chefe de uma "organização criminosa". A Câmara dos Deputados negará as solicitações do STF para investigar.

- 12 de julho: O juiz Sergio Moro, da Lava Jato, condena o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 9 anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-chefe de Estado pode apelar em liberdade.

2018

- 24 de janeiro: o TRF4, de Porto Alegre, confirma a sentença de Lula e a aumenta para 12 anos e um mês de prisão.

- 16 de fevereiro: Temer decreta a intervenção militar da área de segurança do Estado do Rio de Janeiro, dominada pela violência.

- 1º de março: O IBGE anuncia que o PIB brasileiro cresceu 1% em 2017, após dois anos de recessão.

- 14 de março: A vereadora do PSOL do Rio Marielle Franco, crítica da violência policial nas favelas, é executada a tiros junto com seu motorista, Anderson Gomes.

- 7 de abril: Depois de receber ordem de prisão da PF e passar dois dias entrincheirado no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, em São Paulo, Lula se entrega e começa a pagar em Curitiba sua sentença de 12 anos e um mês de prisão.

- 21 a 31 de maio: uma greve dos caminhoneiros contra o aumento do diesel paralisa o país.

- 10 de junho: Com uma aprovação de 3% (Datafolha), Temer bate seus próprios recordes de impopularidade.

- 2 de setembro: Um incêndio destrói o Museu Nacional do Rio de Janeiro, o maior de história natural e antropológico da América Latina.

- 1º de setembro: O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) invalida a candidatura de Lula, que liderava as pesquisas para eleições de 7 de outubro.

- 6 de setembro: O candidato de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL), líder das intenções de voto na ausência de Lula, é esfaqueado durante um comício em Minas Gerais.

- 11 de setembro: O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad substitui Lula como candidato do PT.

- 29 de setembro: Centenas de milhares de mulheres se manifestam na maioria dos estados brasileiros contra Bolsonaro, ao grito de "Ele Não".

- 7 de outubro: primeiro turno das presidenciais: Bolsonaro (46%) e Haddad (29%) disputarão o segundo turno.

- 28 de outubro: Bolsonaro é eleito presidente, com 55% dos votos, contra 45% para Haddad.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffJair BolsonaroMichel TemerPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Defesa de Bolsonaro diz estar 'surpresa' com ordem de prisão de domiciliar

'Estou inconformado', diz Valdemar da Costa Neto sobre prisão domiciliar de Bolsonaro

'Não vi problema em postar': Flávio diz que Moraes responsabilizou Bolsonaro por ações de terceiros