Imagem de arquivo: repressão na Ditadura no Brasil (Reprodução / Site Memorial da Ditadura/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2019 às 12h07.
Última atualização em 6 de abril de 2019 às 12h17.
Levantamento realizado pelo instituto de pesquisa Datafolha, publicado neste sábado, 6, aponta que a comemoração da data que marcou o início da ditadura militar no Brasil, incentivada pelo presidente Jair Bolsonaro no mês passado, não tem o apoio da maioria da população.
Segundo a pesquisa, o golpe de 31 de março de 1964 deve ser desprezado para 57% dos entrevistados, enquanto 36% disseram que a data merece comemoração.
Entre as pessoas de 16 a 24 anos, 64% são contrários à comemoração da data. A porcentagem chega a 67% entre quem tem ensino superior e a 72% entre pessoas com renda familiar mensal superior a dez salários mínimos.
Já os favoráveis à celebração do golpe representam 42% das pessoas com mais de 60 anos, 43% dos que têm ensino fundamental e 39% dos que têm renda mensal familiar de até dois salários mínimos.
Em todos os estratos de idade, escolaridade e renda, a maioria refuta a celebração da data.
Uma das bases eleitorais de Bolsonaro — os evangélicos —também rejeitam as comemorações relativas ao início da ditadura militar.
Considerando todos os extratos da religião, 53% acham que 31 de março deve ser desprezado e 39%, comemorado. Os neopentecostais são os que mais apontam o desprezo sobre as celebrações, com percentual de 65%.
Em outra ponta, a maioria das pessoas que se dizem partidárias pelo PSL e MDB (este último se originou como oposição ao regime) defendem as comemorações —com 61% e 64%, respectivamente.
Isso também vale para as pessoas que declararam terem votado no presidente Jair Bolsonaro nas eleições do ano passado: 49% deles acham que a data deve ser comemorada e 43%, desprezada.
O Datafolha entrevistou 2.086 pessoas em 130 municípios entre terça, 2, e quarta-feira, 3. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.