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D. Odilo não liga saída a escândalos

Cardeal-arcebispo explicou como é a estrutura do IOR para argumentar que não teve responsabilidade nos escândalos financeiros


	Dom Odilo Pedro Scherer: cardeal destacou que o então papa Bento XVI já havia baixado normas severas de controle e transparência
 (REUTERS/Tony Gentile)

Dom Odilo Pedro Scherer: cardeal destacou que o então papa Bento XVI já havia baixado normas severas de controle e transparência (REUTERS/Tony Gentile)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2014 às 20h41.

São Paulo - O cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, afirmou nesta quinta-feira, 23, que, apesar do rígido controle da Santa Sé, sempre será possível haver gestão desonesta no Instituto para as Obras da Religião (IOR), conhecido como Banco do Vaticano. D. Odilo explicou como é a estrutura do IOR para argumentar que não teve responsabilidade nos escândalos financeiros que supostamente levaram o papa a trocar o comando do instituto.

"O IOR, que não tem todas as características de uma instituição bancária e, portanto, não deveria ser chamado de Banco do Vaticano, tem uma responsabilidade bastante distribuída", disse d. Odilo, lembrando que, além da Comissão Cardinalícia de Vigilância, há mais três níveis.

De acordo com ele, abaixo da Comissão de Vigilância, está a parte mais visível: os guichês de atendimento e uma diretoria. Na segunda instância, há um conselho de superintendência com cinco ou seis profissionais do mercado financeiro internacional, que escolhem um presidente e dão as indicações da política de trabalho. No terceiro nível, está a comissão de cardeais, que são ouvidos sobre a política de administração. Acima dessa comissão, aparece a autoridade do secretário de Estado e do papa.

D. Odilo destacou que o então papa Bento XVI já havia baixado normas severas de controle e transparência. "Mas sempre é possível que alguém cometa algum ato ilícito e reprovável, que, evidentemente, deve ser acompanhado e evitado. Não é que o IOR esteja descontrolado. A ideia que se passou para a opinião pública é que o IOR é todo cheio de escândalos. Se há alguns escândalos, como apareceram, é triste, porque causam enorme dano à Igreja." A substituição de quatro cardeais na Comissão de Vigilância, na interpretação de d. Odilo, está longe de ser uma reforma do Banco do Vaticano. "A reflexão é sobre mecanismos que deem a maior segurança possível à gestão do IOR."

Aniversário

O cardeal-arcebispo, que falou dos 460 anos da fundação de São Paulo, anunciou que celebrará missa solene às 9 horas deste sábado, 25, na Catedral da Sé, na Festa da Conversão do Apóstolo São Paulo. Antes, haverá uma homenagem à cidade, às 8h30, com participação da banda da Polícia Militar (PM).

Às 17 horas de domingo, 26, também na Catedral da Sé, d. Odilo lembrará as vítimas do Holocausto, em cerimônia com líderes e representantes da comunidade judaica em São Paulo. No evento, de acordo com o cardeal-arcebispo, famílias das vítimas do nazismo, católicos e judeus rezarão para que tragédia semelhante não se repita.

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