CUT: organização diz que permanece atenta às movimentações do governo para, em caso de definição de uma data para votação, avançar com os planos de paralisação (Marcello Casal Jr./ABr/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de dezembro de 2017 às 14h30.
São Paulo - Com a aproximação do recesso parlamentar e as crescentes tentativas do governo e da classe empresarial em viabilizar a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, ainda em 2017, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), em parceria com a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, está realizando atos no País para expressar o repúdio à proposta que visa reformular as regras previdenciárias.
"Se houver votação, vamos parar o Brasil, já temos isso decidido. Se Maia botar para votar, no dia e na hora que for, vamos fazer greve", afirmou ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) o presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas. "Tiramos esta semana como aquecimento, um esquenta para preparar a greve, caso vá à votação."
Ele citou que nesse "esquenta", já houve entendimento sobre a greve com os sindicatos do setor de transportes, como ônibus, trem e metrô.
Ao mesmo tempo em que são realizados atos, a CUT iniciou uma campanha no Twitter apontando parlamentares que se mostraram favoráveis à proposta e afirmando que "se votar, não volta", em clara menção às eleições do ano que vem.
Até 13h30 desta quarta-feira, 31 parlamentares já haviam sido apresentados nas postagens da central sindical, com destaque para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O objetivo da campanha, relatou o presidente da CUT Nacional, é lembrar os deputados de que Temer não busca reeleição, enquanto eles correm o risco de perder o mandato ao votar pela aprovação da proposta.
Além de uma foto com o rosto, nome e partido do parlamentar, foi escrita uma mensagem: "O Temer tem 97% de rejeição e quer te levar para o buraco junto com ele, então que fique claro: #SeVotarNãoVolta". A hashtag, inclusive, ocupa a primeira posição entre os assuntos mais comentados no Brasil no momento. "Isso ajuda a mostrar que a população brasileira é contrária à reforma."
O jantar promovido na terça-feira pelo governo Temer com empresários foi classificado por Freitas como "descaramento".
"Por mais que Temer faça o possível e impossível para comprar votos dos deputados com emendas, pressões e jantares, estamos logrando êxitos, pois Maia não coloca a matéria para votar, já que não tem votos", afirmou.
Ainda assim, a CUT permanece atenta às movimentações do governo para, em caso de definição de uma data para votação, avançar com os planos de paralisação.
"Estamos em estado de greve permanente. Não vamos baixar a guarda, pois sabemos os subterfúgios ilícitos e escusos usados pelo governo para conseguir votos dos deputados", comentou.