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CUT aceita conversa sobre reforma da Previdência

O resultado das conversas entre a CUT e outras quatro centrais sindicais será levado ao novo governo.


	Trabalhadores da Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras centrais sindicais em uma manifestação realizada em Brasília
 (Marcello Casal Jr./ABr)

Trabalhadores da Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras centrais sindicais em uma manifestação realizada em Brasília (Marcello Casal Jr./ABr)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2016 às 10h17.

São Paulo - Depois de se negar a dialogar com o governo do presidente em exercício Michel Temer, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) aceitou participar da mesa de negociações com outras quatro centrais sindicais sobre a reforma da Previdência e outras questões trabalhistas. O resultado das conversas será levado ao novo governo.

Ligada ao PT, a CUT não reconhece a legitimidade do governo Temer e defende a volta da presidente Dilma Rousseff. Segundo dirigentes da CUT, o fato de aceitar participar das conversas com as demais entidades não significa reconhecer o governo Temer.

Na segunda-feira passada, as outras quatro centrais (Força Sindical, Nova Central, UGT e CSB) estiveram com Temer para criar um mecanismo permanente de negociações sobre a reforma da Previdência e outros temas da pauta trabalhista.

As quatro entidades ficaram de se reunir na próxima segunda-feira para formular uma proposta que seria apresentada no dia 30. CUT e CTB, ligada ao PCdoB, foram convidadas mas se recusaram a participar da reunião com Temer por considerarem o governo em exercício ilegítimo.

Nesta sexta-feira, 20, o presidente da CUT, Vagner Freitas, almoçou em um restaurante no bairro da Mooca, na zona leste de São Paulo, com representantes da Força Sindical e UGT. "Combinamos com o governo que as quatro centrais fariam uma proposta mas achamos por bem que todas as centrais participem porque não é uma responsabilidade só nossa. O pessoal da CUT disse ‘nós topamos mas precisamos de um tempo para discutir com toda a direção’", disse o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna.

Por causa disso, as centrais pediram ao governo uma semana de prazo para incluírem a CUT na formulação da proposta. Segundo Juruna, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), foi encarregado de falar com o presidente em exercício para redefinir o cronograma. "Eles (CUT) propuseram que a gente modifique a data", disse Juruna.

‘Ilegítimo’

Segundo o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, que também participou do almoço, o fato de ter aceitado participar da elaboração da proposta que será apresentada a Temer não muda a posição da central em relação ao governo em exercício. "As centrais têm um foro antigo para temas da pauta trabalhista, um espaço para a construção de consensos. Quanto ao Temer a CUT tem uma posição muito clara. O governo é ilegítimo e vamos trabalhar para que Dilma reassuma. Não vamos sentar com Temer", disse Nobre.

De acordo com ele, a CUT aceitou discutir propostas para a reforma da Previdência de uma forma genérica e não especificamente para serem apresentadas ao presidente em exercício. "O consenso que as centrais construírem será de domínio público. Pode ser usado por universidades, governos municipais, por quem quiser. Não significa que vamos negociar com Temer de forma direta nem indireta", afirmou.

Segundo Juruna, a participação da CUT é importante porque a reforma será decidida no Congresso e as todas centrais esperam apoio do PT para evitar a perda de direitos. O governo ainda não formulou uma proposta concreta mas ministros falam na criação de uma idade mínima de aposentadoria inclusive para trabalhadores que já estão no mercado. 

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