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Curva indica desequilíbrio de avião de Agnelli

Uma das hipóteses prováveis para o desequilíbrio do avião é a distribuição irregular do combustível nas asas do monomotor


	Roger Agnelli, ex-presidente da Vale: uma das hipóteses prováveis para o desequilíbrio do avião é a distribuição irregular do combustível nas asas do monomotor
 (Arquivo)

Roger Agnelli, ex-presidente da Vale: uma das hipóteses prováveis para o desequilíbrio do avião é a distribuição irregular do combustível nas asas do monomotor (Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2016 às 08h39.

São Paulo - A curva para a direita feita pelo avião de Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, indica que o monomotor dele se desestabilizou pouco antes da queda, que terminou com a morte do empresário, do piloto e de cinco familiares de Agnelli, no sábado, 19, na Casa Verde, na zona norte de São Paulo.

A mudança no rumo da aeronave - que devia ir reto - antes de atingir o solo, foi vista por pilotos do Campo de Marte, de onde ele decolou.

Uma das hipóteses prováveis para o desequilíbrio do avião é a distribuição irregular do combustível nas asas do monomotor.

Segundo Roberto Peterka, especialista em segurança de voo, os relatos de testemunhas indicam que essa é uma das possibilidades da queda da aeronave, às 15h23, minutos após a decolagem.

"Aparentemente, pela trajetória que ele (o avião) fez, pode se tratar de um desbalanceamento de combustível, ou seja, uma asa teria mais combustível do que a outra", disse.

O desbalanceamento do combustível foi a causa apontada pelo Instituto de Criminalística (IC) para a queda do Learjet 35 sobre uma casa no mesmo bairro, em 4 de novembro de 2007, deixando oito mortos.

Segundo o laudo, o problema foi provocado por erro do piloto e do copiloto. Foi o maior acidente da história do Campo de Marte.

Outras hipóteses podem ter levado à curva na trajetória do avião, segundo especialistas, como a assimetria de comandos de voo. "Isto (a queda em curva) pode representar 'n' possibilidades.

Travamento do comando ou tentativa de fazer alguma manobra", avalia o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Rodrigo Spader.

O avião, modelo CA-9, fabricado pela Comp Air Aviation e registrado por Agnelli em 2012, era experimental, ou seja, não possuía certificação ou testes de equipamento e ensaios em condições extremas de operação por autoridade aeroviária.

Embora o uso de aeronaves experimentais seja permitido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a regulamentação diz que elas não podem voar em áreas populosas, como a do Campo de Marte, exceto se autorizadas pelo Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA).

"Existem algumas restrições para o voo de aeronaves experimentais", disse Peterka. Raul Marinho, representante da aviação geral e de instrução do SNA, afirma, contudo, que a legislação sobre o tema é "confusa".

"Segundo o Código Brasileiro de Aeronáutica, os aviões experimentais deveriam ser de construção amadora. Mas este avião que se acidentou ontem não é de construção amadora." A Anac e representantes da família Agnelli não foram localizados ontem.

Caixa

Investigadores do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) da Aeronáutica estiveram no local da queda e recolheram parte da fuselagem, de fibra de carbono.

O avião não possuía caixa-preta, o que dificulta a apuração do acidente. A presença do equipamento que registra dados do voo e a conversa na cabine do piloto neste tipo de avião não é obrigatória.

O Instituto Médico-Legal (IML) terminou ontem a identificação dos corpos de Agnelli, da mulher dele, Andrea de Azevedo Marques Trech Agnelli, do casal de filhos Anna Carolina e João, de Parris Bittencourt, genro do executivo, Carolina Marques, namorada de João e do piloto Roberto Baú.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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