Torres de transmissão de energia pertencentes à empresa Eletronorte no Pará (Paulo Santos/Reuters)
Vanessa Barbosa
Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 18h12.
São Paulo - Um curto-circuito é a causa do apagão que atingiu partes do Sudeste, Centro-Oeste e Sul na tarde desta terça-feira. Com o incidente, sistemas de transmissão foram desligados, ocasionando o blecaute que atingiu mais de 2 milhões de pessoas.
Em nota, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) diz que o incidente levou à separação fisica dos sistemas Norte e Nordeste do restante do Sistema Interligado Nacional.
Leia nota da ONS na íntegra:
"Às 14h03min do dia 04/02/2014, ocorreu um curto-circu
ito monofásico envolvendo a fase A da linha de transmissão 500 kV Miracema – Colinas
C3, de propriedade do agente de transmissão Intesa, cujo controlador é o FIP
Brasil, sendo a falha eliminada pela atuação correta das proteções da linha.
Em seguida, ocorreu um curto-circuito bifásico-terra envolvendo as fases A e B da
linha de transmissão 500 kV Miracema – Colinas C2, de propriedade do agente de
transmissão Taesa, cujo controlador é a Cemig, sendo a falha eliminada pela atuação
correta das proteções da linha.
Após a configuração da perda dupla entre Miracema e
Colinas e considerando que o somatório dos fluxos nos três circuitos deste trecho, imedi
atamente antes dos distúrbios, era de 3.400 MW, foi acionada a lógica de p
erda dupla do Esquema de Controle de Emergência – ECE da interligação, comandan
do o desligamento do circuito remanescente, de propriedade da Eletronorte.
Com a abertura da interligação Norte/Sudeste no trecho Miracema – Colinas, atuou o
Esquema de Controle de Emergência – ECE dessa interliga ção, desligando a LT 500 kV Serra da Mesa 2 - Rio das Éguas, separando fisicamente os sistemas Norte e Nordeste do restante do restante do SIN."
Governo diz que apagão foi médio e que sistema é "equilibrado"
O sistema elétrico nacional está "equilibrado e aparentemente funcionado dentro do esperado". Este foi o diagnóstico feito pelo governo em entrevista coletiva com jornalistas após o apagão desta terça-feira. O secretário-executivo de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, classificou o blecaute como de "médio porte".
Para o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, "aparentemente", o sistema funcionou como deveria, ao evitar que o Sudeste ou outras regiões apagasse por inteiro.
Mais do mesmo
O último episódio de falta de luz em grande escala ocorreu no dia 28 de agosto de 2013, quando cerca de 16 milhões de brasileiros ficaram no escuro em todo o Nordeste. Na ocasião, o blecaute foi provocado por uma queimada iniciada em uma fazenda do Piaui.
Com o incidente, duas linhas de transmissão privadas foram desligadas, ocasionando o blecaute de grandes proporções.
Especialistas consultados por EXAME.com na ocasião apontaram a falta de investimento na manutenção das linhas de transmissão como a causa mais notória do pisca-pisca no fornecimento de energia para os consumidores.