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Curtas – uma seleção do mais importante no Brasil e no mundo

O plano da Nissan sem Ghosn; Economia global desacelera; Aumento da pobreza rural e mais…

Pobreza rural: Segundo a ONU, o aumento da pobreza está revertendo os avanços na economia do agronegócio (Nacho Doce/Reuters)

Pobreza rural: Segundo a ONU, o aumento da pobreza está revertendo os avanços na economia do agronegócio (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2018 às 07h03.

Última atualização em 22 de novembro de 2018 às 07h25.

O plano da Nissan

A montadora japonesa Nissan quer usar a destituição do presidente de seu conselho, Carlos Ghosn (que deve ser confirmada ainda hoje) como oportunidade para reequilibrar sua aliança com a Renault em seu favor, de acordo com quatro pessoas ligadas ao conselho da montadora ouvidos pelo jornal Financial Times. A demissão de Ghosn, que está preso em Tóquio sob acusações de falsificação de documentos financeiros, vem sendo vista por executivos da montadora como uma oportunidade para “recomeçar do zero”. Sem Ghosn, o conselho fica muito mais próximo do atual CEO, Hiroto Saikawa. O Financial Times revelou, na terça-feira, que Ghons planejava uma fusão total entre Renault e Nissa, o que tiraria ainda mais a importância dos japoneses na companhia.

Economia global desacelera

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicou um relatório, nesta quarta-feira (21), em que mostra que o crescimento global vai desacelerar de 3,7% este ano para 3,5% em 2019 e 2020. Anteriormente, a expectativa era de um crescimento de 3,7% para 2019. A desaceleração do crescimento global será pior em países não-membros da OCDE, com muitas economias de mercados emergentes provavelmente registrando saídas de capital à medida que o banco central dos EUA aumente gradualmente a taxa de juros. A OCDE reduziu suas perspectivas para países em risco, como Brasil, Rússia, Turquia e África do Sul. A OCDE estimou um crescimento de 1,2% em 2018 para o Brasil, mantendo inalterada a projeção, e reduziu a estimativa para 2019 para 2,1%, de 2,5% anteriormente. Para 2020, a OCDE prevê um crescimento de 2,4% para o país.

Aumento da pobreza rural

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) alertou, nesta quarta, para o aumento da pobreza rural na América Latina e no Caribe. Segundo a organização, o aumento da pobreza está revertendo os avanços na economia do agronegócio. Dois milhões de pessoas se somaram ao contingente de pobres rurais da região entre 2014 e 2016 e elevaram o total para quase metade da população rural, muitas delas dedicadas à agricultura de subsistência e operários sem terras próprias, segundo um novo relatório da FAO. A entidade disse que, apesar de países como Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru terem diminuído os índices de pobreza rural nas últimas décadas, um grande fosso separando o campo e a cidade persiste. Quase 20% dos habitantes da América Latina vivem em áreas rurais, sendo que mulheres e comunidades indígenas e negras são particularmente afetadas.

Mais vagas formais

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (21) mostraram que o Brasil registrou criação líquida de 57.733 vagas formais de emprego em outubro. O resultado ficou abaixo da expectativa colhida em pesquisa da Reuters com analistas, que indicava um número 22% melhor com a abertura de 70.447 postos no mês. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, houve criação líquida de 790.579 vagas, informou o Caged. Para o mês, o resultado está abaixo da leitura vista no mesmo período do ano passado, quando foram abertos 76.599 postos de trabalho.

Acordo com Chile

O presidente da República Michel Temer assinou, nesta quarta-feira (21), o acordo de livre comércio com o Chile. O objetivo do acordo é o aumento do comércio entre os dois países, ampliando as negociações e elevando o volume de mercadorias e produtos. Um dos principais pontos envolve o fim da cobrança de roaming internacional para dados e telefonia móvel entre os dois países. Há ainda compromissos em comércio eletrônico, práticas regulatórias, medidas de combate à corrupção, meio ambiente e questões trabalhistas. Em nota, o Itamaraty destaca os impactos do acordo na relação com o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, que está suspensa) e a Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Peru). “Constituirá, ao mesmo tempo, um vetor de aproximação entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico e de reforço da integração regional. ” O Chile é o segundo principal parceiro comercial do Brasil na América do Sul e importante destino de investimentos brasileiros na região.

Megaleilões para os estados

Os Estados e municípios poderão ficar com 20% dos recursos arrecadados com o megaleilão de petróleo do pré-sal. O valor que a ser repassado aos entes federativos poderá ultrapassar 20 bilhões de reais. O acordo para a partilha do dinheiro do leilão deve ser fechado nesta quarta-feira (21), entre o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. O leilão, cuja estimativa de arrecadação é de 100 bilhões de reais a 130 bilhões de reais, só pode ser realizado depois da assinatura da revisão do acordo. A cessão onerosa é uma área de exploração garantida à Petrobras em 2010. A estatal teria direito de retirar 5 bilhões de barris de petróleo, mas está sem dinheiro para investir na produção. De acordo com o líder do governo no Senado e também relator da proposta, Fernando Bezerra (MDB-PE), o atual governo do presidente Michel Temer já havia costurado um acordo para que fosse incluído no projeto o repasse do fundo social.

Guerra da fome

Um relatório da organização humanitária Save the Children afirma que cerca de 85.000 crianças com menos de 5 anos de idade podem ter morrido de fome extrema no Iêmen desde que uma coalizão liderada pela Arábia Saudita interveio na guerra civil do país em 2015. A organização afirmou, nesta quarta-feira (21), que, de acordo com uma estimativa moderada baseada em dados da ONU, cerca de 84.700 crianças sofrendo de desnutrição aguda morreram entre abril de 2015 e outubro de 2018 no país, onde uma aliança árabe apoiada pelo Ocidente está lutando contra o movimento Houthi, que controla a capital. “Estamos horrorizados que cerca de 85 mil crianças no Iêmen podem ter morrido devido às consequências da fome extrema desde que a guerra começou. Para cada criança morta por bombas e balas, dezenas estão morrendo de fome e doenças, e é totalmente evitável”, disse a organização em comunicado. Os últimos dados disponíveis da Organização das Nações Unidas (ONU) para o número de mortos da guerra datam de 2016, quando mais 10 mil vítimas haviam sido registradas.

Briga por orçamento

O vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, afirmou que as metas fiscais do governo são válidas e indicou que ele não vai negociá-las. “Estamos convencidos sobre os números em nosso orçamento. Falaremos sobre isso daqui a um ano”, disse ele a repórteres. Nesta quarta-feira, o braço executivo da UE deu o primeiro passo disciplinar contra a Itália sobre o orçamento, apoiado pelos governos da zona do euro preocupados que os planos de empréstimos e gastos de Roma possam desencadear outra crise da dívida que prejudicaria a todos. Já a Comissão europeia firmou, também nesta quarta-feira, que o orçamento da Itália não está de acordo com as regras da zona do euro e o governo deve enfrentar medidas da União Europeia para reduzir seu déficit. “O critério da dívida … deve ser considerado como não cumprido e … um Procedimento de Déficit Excessivo baseado na dívida é assim necessário”, disse Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão para o euro, a repórteres. A UE pode aplicar multas à Itália se outros governos concordarem com a avaliação da Comissão. A Comissão disse em sua avaliação do orçamento da Itália para 2019 que, em 131% do PIB em 2017, a dívida pública de Roma está bem além da meta de 60% estabelecida para a zona do euro.

Acordo cada vez mais longe

O governo da Colômbia pediu, nesta quarta, que a Cuba prenda o comandante rebelde do Exército de Libertação Nacional (ELN), Nicolás Rodríguez. No início de novembro, a Colômbia fez um pedido verbal para que o governo de Cuba forneça informações sobre a presença de vários comandantes do ELN em território cubano, disse a chancelaria em um comunicado. Bogotá também pediu a Havana que cumpra um alerta vermelho da Interpol contra Rodríguez, o líder do grupo rebelde. Um alerta vermelho da Interpol é um “pedido para realocar e prender provisoriamente um indivíduo à espera de extradição”. Rodríguez, também conhecido pelo codinome Gabino, está recebendo tratamento médico em Cuba há vários meses. O governo cubano não respondeu de imediato a um pedido de comentário. A medida colombiana pode prejudicar os esforços para ressuscitar as conversas de paz entre o governo e o ELN. Em agosto o presidente da Colômbia, Iván Duque, disse que suspenderia as negociações sediadas em Cuba até os rebeldes libertarem todos os reféns.

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