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Curdos resistem em Kobani após um mês de combates

A luta por Kobani, terceira maior cidade curda da Síria - na fronteira com a Turquia -, passou a ser considerada o símbolo da luta contra o Estado Islâmico

Curdos refugiados: em um mês, "a batalha de Kobani" causou morte de 662 pessoas, diz OSDH (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Curdos refugiados: em um mês, "a batalha de Kobani" causou morte de 662 pessoas, diz OSDH (Kai Pfaffenbach/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2014 às 19h30.

Apoiados pelos ataques aéreos da coalizão, os combatentes curdos resistem um mês depois do início da ofensiva do grupo Estado Islâmico contra a cidade síria de Kobani.

A luta por Kobani, terceira maior cidade curda da Síria - na fronteira com a Turquia -, passou a ser considerada o símbolo da luta contra o EI, e o destino da região permanece incerto após 30 dias de combates intensos.

Os jihadistas controlam "pelo menos 50% da cidade", de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), "mas os curdos, com sua resistência feroz e a ajuda dos ataques da coalizão, conseguiram conter seu avanço nas últimas 48 horas".

"Eles tentam levar o EI para uma guerra de desgaste, realizando ataques ou tentando cercá-los no quartel-general que eles tomaram na sexta-feira passada" dos curdos, acrescentou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, indicando que um ataque americano atingiu um dos prédios do QG e que os combates continuavam.

Essas informações não podem ser confirmadas devido à ausência de observadores independentes e de jornalistas em Kobani.

Nesta quinta-feira, os jihadistas realizaram um ataque nas imediações do posto de fronteira turco de Mursitpinar, tentando cortar qualquer ligação entre Kobani e a Turquia, constatou um jornalista da AFP na fronteira.

No total, 16 morteiros foram disparados pelos jihadistas durante o dia, segundo o OSDH.

Encontro entre americanos e curdos

Em um mês, "a batalha de Kobani" causou a morte de 662 pessoas, segundo um registro do OSDH, que não inclui as vítimas dos ataques aéreos.

O EI perdeu 374 combatentes; e os curdos, 268. Vinte civis também morreram.

Mais de 300.000 pessoas fugiram de Kobani desde o início da ofensiva do grupo extremista, no dia 16 de setembro.

O Pentágono admitiu que a situação é preocupante e que "Kobani ainda pode cair" em poder dos jihadistas.

Para ajudar os curdos, Washington, à frente de uma coalizão na Síria e no Iraque, realizou desde o fim de setembro mais de 100 ataques aéreos contra alvos em torno da cidade.

Além disso, o Departamento de Estado afirmou nesta quinta-feira que autoridades americanas haviam se reunido com os curdos do Partido da União Democrática (PYD), indicando que esse encontro ocorreu "fora da região" e que Washington ainda não chegou ao estágio de armar e formar as milícias curdas.

De acordo com uma autoridade americana, o encontro foi realizado em Paris.

Enquanto isso, pelo menos 20 jihadistas do EI, a maioria combatentes estrangeiros, foram mortos em um ataque das forças curdas 30 km a oeste de Ras al-Ain, na província de Hassaka, segundo o OSDH.

"Os curdos desfilaram com os corpos em um carro pelas ruas de Ras al-Ain", cidade controlada pelos curdos na fronteira com a Turquia, de acordo com a ONG.

Sem ameaça iminente a Bagdá

No vizinho Iraque, o governo americano, que havia manifestado preocupação com o cenário em várias partes do país na quarta-feira, mostrou-se mais tranquilo quanto ao destino da capital.

"Acreditamos que, no momento, Bagdá não sofre uma ameaça iminente", declarou o porta-voz do Ministério americano da Defesa, contra-almirante John Kirby.

"Não há uma mobilização massiva das forças do EI no exterior (da capital iraquiana) preparadas para entrar", afirmou.

No entanto, pelo menos 26 pessoas morreram nesta quinta-feira em diversos atentados dentro e nas imediações de Bagdá, incluindo com carros-bomba, segundo fontes médicas e policiais. Um deles, contra um bairro xiita de Bagdá, foi reivindicado pelo EI.

Para reforçar sua participação na coalizão anti-jihadista no Iraque, Londres decidiu reposicionar drones envolvidos que estavam até o momento no combate aos talibãs no Afeganistão.

Moscou reafirmou sua recusa em participar de uma "coalizão formada sem o aval do Conselho de Segurança" e ressaltou que nenhum acordo de compartilhamento de informações de inteligência sobre os jihadistas com os Estados Unidos foi concluído.

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