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Cúpula dos Brics deve endossar planos de fundo de reservas

A ideia é criar um fundo de reservas de moeda estrangeira e um banco de infraestrutura para países em desenvolvimento


	Os líderes dos BRICs: autoridades disseram que o fundo de reserva deve ser similar em tamanho à Iniciativa Chiang Mai de países do sudeste asiático.
 (AFP)

Os líderes dos BRICs: autoridades disseram que o fundo de reserva deve ser similar em tamanho à Iniciativa Chiang Mai de países do sudeste asiático. (AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 15h17.

Washington/Brasília - Líderes das principais economias emergentes do mundo devem endossar planos em uma cúpula na próxima semana para criar um fundo de reservas de moeda estrangeira e um banco de infraestrutura para países em desenvolvimento, disseram nesta quinta-feira autoridades de mercados emergentes.

Líderes de Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul, grupo conhecido como Brics, vão se reunir na cidade sul-africana de Durban em 26 e 27 de março.

As autoridades disseram que os líderes irão discutir relatórios preparados por grupos de trabalho liderados pelo Brasil sobre o fundo de reservas proposto, e outro da Índia e da África do Sul sobre a criação de um banco de desenvolvimento conjunto, que forneceria recursos a economias emergentes e em desenvolvimento para projetos de infraestrutura.

A expectativa é de que os relatórios digam que o banco e o fundo de reservas são "viáveis e praticáveis", e que recomendem aos líderes que deem aprovação, de acordo com as autoridades.

"Ainda há algumas diferenças entre os países, mas acreditamos que os Brics darão luz verde para ambos os projetos", disse uma autoridade do governo brasileiro, que pediu para não ser identificada por não estar autorizada a falar publicamente sobre o assunto.


As propostas refletem frustração entre países emergentes por terem que contar com o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, que eles veem como entidades que ainda refletem os interesses dos Estados Unidos e de outros países industrializados.

A autoridade disse à Reuters que o arranjo proposto de reservas de contingência terá inicialmente entre 90 e 120 bilhões de dólares, embora seja improvável a inclusão de um número em um comunicado final dos líderes.

O fundo de dinheiro de bancos centrais ficará disponível para economias emergentes que enfrentam dificuldades no balanço de pagamentos ou poderá ser acessado para estabilizar economias durante períodos de crises financeiras globais, de acordo com documentos de detalham o plano.

Autoridades disseram que o fundo de reserva deve ser similar em tamanho à Iniciativa Chiang Mai de países do sudeste asiático, que foi dobrada para 240 bilhões de dólares para impulsionar sua proteção contra choques externos.

Uma autoridade sênior de mercado emergente afirmou que o fundo de reserva pode eventualmente ser maior do que a Iniciativa Chiang Mai, que inclui China e Japão. Pequim tem enfatizado que o tamanho do fundo de contigência dos Brics precisa ser grande o suficiente para impactar os mercados financeiros.

Outra autoridade de mercado emergente disse que os Brics também avaliam injetar 50 bilhões de dólares iniciais no novo banco de infraestrutura. Detalhes sobre o tamanho, a localização e a estrutura do banco serão discutidos, mas não será fechado um acordo na cúpula, completou.

Embora o valor de 50 bilhões de dólares propostos seja pequeno quando comparado com as enormes necessidades de infraestrutura dos países em desenvolvimento, ele é maior do que os 29,1 bilhões de dólares que o Banco Mundial definiu em 2010 para o setor em países em desenvolvimento.

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