Temer: o 2º cenário com que o PSDB trabalha é de condenação apenas da ex-presidente Dilma (Igo Estrela/Getty Images)
Reuters
Publicado em 5 de junho de 2017 às 18h49.
Brasília - A cúpula do PSDB trabalha com um primeiro cenário, no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) previsto para começar nesta terça-feira, no qual a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer será absolvida pela corte, disse à Reuters um tucano da direção partidária que conversou nos últimos dias com importantes quadros do partido.
A avaliação feita pelo PSDB é que o TSE não tomará uma decisão que vai "olhar para trás", isto é, abrir espaço para o que consideram um eventual retrocesso no país.
Também não houve, no período de recrudescimento de crise, movimentos de rua cobrando a condenação pelo TSE.
Na sexta-feira, Temer pediu ajuda do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para conter a rebelião da ala jovem do partido que defende o imediato desembarque do governo.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, outro expoente tucano, também foi contactado recentemente para garantir a permanência do PSDB na base do governo.
"Ambos estão muito cautelosos, têm muita temperança olhando para o quadro atual", disse um tucano com trânsito com os dois e que conversou com eles recentemente.
O segundo cenário com que o PSDB trabalha, segundo esse integrante da direção do partido, é de condenação apenas da ex-presidente Dilma.
O terceiro, que haja condenação tanto de Dilma quanto de Temer. O quarto e último cenário é que haverá um pedido de vista no processo.
De acordo com essa fonte, o partido vai sair da base aliada caso Temer seja condenado pelo TSE, independentemente de um eventual recurso que o presidente possa apresentar ao próprio TSE ou ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar permanecer no cargo.
Na quinta-feira deve haver uma reunião da Executiva do PSDB inicialmente para avaliar a conjuntura. Uma definição sobre se o partido segue ou não no governo dependerá, no entanto, do julgamento no TSE.
A cúpula do PSDB está determinada a não apoiar o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), numa eventual eleição indireta para substituir Temer na Presidência.
O partido --que tentou viabilizar o nome do presidente interino da legenda, senador Tasso Jereissati (CE)-- deseja um nome de maior estatura política para o caso de Temer não permanecer no cargo.