Marcelo Odebrecht: ex-presidente da empresa está brigado com a família (Rodolfo Buhrer/Reuters)
Diogo Max
Publicado em 4 de fevereiro de 2018 às 12h47.
Última atualização em 4 de fevereiro de 2018 às 12h50.
São Paulo – Marcelo Odebrecht insinuou que Maurício Ferro, seu cunhado e vice-presidente jurídico da empreiteira, teria destruído as provas do Departamento de Operações Estruturadas, como era conhecido o setor de propinas dentro da empresa. A informação foi publicada neste domingo pelo jornal Folha de S. Paulo.
Segundo a reportagem, o próprio Odebrecht pediu a Ferro que liquidasse o departamento no início de 2015. O desmantelo do setor, ainda de acordo com o jornal, pode ser interpretado como ato de obstrução de Justiça, crime que é punido pela legislação com pena de 3 a 8 anos de prisão.
Marcelo está em briga com o clã Odebrecht desde a assinatura do acordo de delação premiada, pois considera que o tempo de prisão dele foi muito maior do que outros executivos do grupo que também sabiam sobre o setor de propinas da empreiteira, segundo a reportagem.
Um desses executivos, de acordo com o jornal, é Maurício Ferro, preso pela Lava Jato em meados de 2015. O executivo ficou detido por 2 anos e meio e foi posto em prisão domiciliar antes do último Natal.
O episódio é mais um capítulo da briga na família Odebrecht.
Rompido com o pai, Emílio, Marcelo terá de ficar até 2025 longe da empresa por ordem da Justiça. A briga é tão grande que o próprio pai forçou uma cláusula no regimento da empresa que pode impedir para sempre o retorno do filho para a companhia.
Marcelo, inclusive, já articulou um golpe para derrubar o pai da presidência da Kieppe, a holding que controla todos os negócios da família. Tentou convencer tios e primos a ficar do seu lado, mas o tiro não deu certo.