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Cunha nega constrangimento com discurso de Janot no STF

Eduardo Cunha negou que tenha ficado intimidado na sessão de abertura dos trabalhos do Judiciário, que teve discurso de Rodrigo Janot


	Eduardo Cunha: "estou representando a institucionalidade, representando a Casa. Apenas cumpri meu papel"
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Eduardo Cunha: "estou representando a institucionalidade, representando a Casa. Apenas cumpri meu papel" (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2016 às 20h36.

Brasília - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou que tenha ficado intimidado na sessão de abertura dos trabalhos do Judiciário na tarde desta segunda-feira, 1.

Questionado se, diante do discurso do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, teria se sentido constrangido, o peemedebista desdenhou.

"A mim, nada. Estou representando a institucionalidade, representando a Casa. Apenas cumpri meu papel. Não vou interpretar palavras ou discurso de quem quer que seja", afirmou Cunha.

Congresso

Cunha disse ainda não ter confirmação da presença da presidente Dilma Rousseff na sessão de reabertura do ano legislativo nesta terça-feira, 2. Ele afirmou que, caso a petista apareça, não a atacará em seu discurso, que será feito "de improviso" durante a sessão do Congresso.

"Não seria deselegante de fazer qualquer tipo de palavra que possa ser considerada agressão ou ofensa. Não faz parte da minha natureza. Sou uma pessoa educada", disse Eduardo Cunha.

Janot

No Supremo Tribunal Federal (STF), Cunha e Janot chegaram com cinco minutos de diferença e dividiram a mesma antessala, no aguardo do início da sessão. Durante a cerimônia, sentaram-se lado a lado, mas não cruzaram olhares. Além disso, Janot não citou Cunha em seus cumprimentos ao iniciar discurso.

"Enganam-se, de forma propositada e interpretam de forma distorcida, aqueles que questionam o nosso cerne. Da mesma forma que elementos podem conduzir nossa atuação ao oferecimento de denúncia, igualmente leva-nos a requerer o arquivamento", afirmou o procurador-geral da República.

Ao lado de Cunha, disse que os "holofotes não serão desligados" e estão direcionados à garantia do cumprimento da ordem jurídica. "É isso que a sociedade espera do Ministério Público, ao qual a Constituição adjetivou de público. O que é público é de todos. Não é não pode ser de alguém. (...) Por natureza, não compactuamos ou tergiversamos com o ilícito, com o autoritarismo. (...) Buscamos, simples e só, de forma clara e objetiva, a verdade dos fatos e não de factoides e o seu enquadramento jurídico. Sem evasivas, sem cortina de fumaça", disse Janot.

Cunha também minimizou o pedido apresentado nesta tarde pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que ele se afaste da presidência da Câmara. "A minha contenda com a OAB é antiga, todos conhecem", afirmou Cunha, citando que é contra "métodos" da OAB, como o exame a que bacharéis se submetem para tornarem-se advogados. "Não vou comentar. Eles não são Poder, são conselho de classe", disse o peemedebista.

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