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Cunha não comenta denúncias de compra de MP no governo Lula

Questionado se as denúncias enfraqueciam ainda mais o governo da presidente Dilma Rousseff, Cunha disse apenas que preferia se manter "na minha"


	Eduardo Cunha: "Na hora que eu, como presidente da Câmara, vou dar opinião sobre algo de irregularidade dentro do governo, vou partidarizar o meu discurso de institucionalidade, prefiro me manter na minha", disse
 (Antonio Cruz/ Agência Brasil)

Eduardo Cunha: "Na hora que eu, como presidente da Câmara, vou dar opinião sobre algo de irregularidade dentro do governo, vou partidarizar o meu discurso de institucionalidade, prefiro me manter na minha", disse (Antonio Cruz/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2015 às 11h07.

Brasília - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), evitou comentar as denúncias de suposta "compra" da edição de uma Medida Provisória durante o governo de ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Questionado se as denúncias enfraqueciam ainda mais o governo da presidente Dilma Rousseff, Cunha disse apenas que preferia se manter "na minha".

"Na hora que eu, como presidente da Câmara, vou dar opinião sobre algo de irregularidade dentro do governo, vou partidarizar o meu discurso de institucionalidade, prefiro me manter na minha", disse. "Deixa que certamente haverá apuração dos fatos que estão colocados".

Conforme reportagem exclusiva do jornal O Estado de S.Paulo, publicada nesta quinta-feira, 01, documentos indicam que uma medida provisória editada em 2009 pelo governo do então presidente Lula teria sido "comprada" por meio de lobby e de corrupção para favorecer montadoras de veículos.

Empresas do setor negociaram pagamentos de até R$ 36 milhões a lobistas para conseguir do Executivo um "ato normativo" que prorrogasse incentivos fiscais de R$ 1,3 bilhão por ano.

Mensagens trocadas entre os envolvidos mencionam a oferta de propina a agentes públicos para viabilizar o texto, em vigor até o fim deste ano. Para ser publicada, a MP passou pelo crivo da presidente Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil.

Segundo Cunha, as denúncias contra os petistas certamente vão gerar "luta política e a luta de investigação aqui na Casa e fora da Casa". "Se a denúncia está sendo colocada, deixa eles responderem e deixa os órgãos institucionais", afirmou.

Conta na Suíça

Novamente o presidente da Câmara se negou a confirmar se possui ou não contas na Suíça, conforme revelado pelo Ministério Público do país europeu. "Não vou responder nada que não seja por meio do meu advogado", disse. Ontem, Cunha já havia sido questionado sobre o assunto e se irritou com repórteres.

O Ministério Público da Suíça enviou ontem ao Brasil os autos da investigação contra Cunha por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, os dados encaminhados relatam contas bancárias mantidas em nome do presidente da Câmara e parentes no país europeu. As contas foram bloqueadas.

Questionado se temeria perder apoio político com as novas denúncias envolvendo seu nome, ele rebateu. "Eu não estou atrás de apoio, por que eu vou perder? Não estou atrás", disse, encerrando a coletiva de imprensa.

Cunha participou rapidamente hoje de manhã de um evento promovido pelas centrais sindicais para debater proposta sobre o custeio da atividade sindical.

Ao chegar ao Auditório da Câmara onde acontecia o encontro para fazer uma breve saudação, Cunha foi recebido com aplausos, vaias, gritos de defesa e crítica.

Enquanto a maior parte gritava "Cunha, guerreiro do povo brasileiro", participantes de forma isolada gritaram "ladrão".

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