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Cunha e Henrique Alves são "criminosos em série", diz MPF

Os procuradores pedem que Eduardo Cunha e Henrique Alves sejam condenados, respectivamente, a penas de 386 anos e de 78 anos de prisão

Cunha: de acordo com a acusação, Cunha cometeu os crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e prevaricação (Lula Marques/Agência PT/Divulgação)

Cunha: de acordo com a acusação, Cunha cometeu os crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e prevaricação (Lula Marques/Agência PT/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 17h33.

Brasília - Nas alegações finais do processo da Operação Sépsis - investigação sobre fraudes e desvios na diretoria do Fundo de Investimentos do FGTS da Caixa -, o Ministério Público Federal afirma que os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, ambos do MDB, ambos presos, são "criminosos em série".

"Igualmente é essencial para a definição das penas de Henrique Alves e Eduardo Cunha a constatação de serem estes criminosos em série, criminal serial, fazendo da política e da vida pública um caminho para a vida delituosa", sustentam os procuradores da Sépsis.

"De fato, restou demonstrado no curso da ação penal que Cunha e Alves possuem personalidades voltadas para o crime, para a corrupção em seu sentido mais amplo", segue o documento de alegações finais.

Os procuradores pedem à Justiça Federal em Brasília que Eduardo Cunha e Henrique Alves sejam condenados, respectivamente, a penas de 386 anos e de 78 anos de prisão.

De acordo com a acusação, Cunha cometeu os crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e prevaricação. Henrique Alves, por sua vez, responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

"São pessoas que não demonstraram ou comunicaram, ao menos até o presente momento, qualquer arrependimento por seus crimes", afirma a Procuradoria.

Além dos dois ex-parlamentares, são réus no processo o ex-vice-presidente da Caixa, Fabio Cleto, o corretor Lúcio Bolonha Funaro e seu funcionário Alexandre Margotto.

Os três assinaram acordos de delação premiada e, portanto, os procuradores sugerem o cumprimento das penas estipuladas nas negociações.

Defesas

O criminalista Délio Lins e Silva Júnior, defensor de Eduardo Cunha, disse que "a defesa demonstrará em suas alegações finais que a acusação é frágil e tem certeza da absolvição."

"A defesa de Eduardo Cunha afirma que as alegações finais do Ministério Público Federal configuram uma peça de ficção científica, sem provas, com afirmações inverídicas que não se prestam a sustentar uma condenação".

A reportagem está tentando contato com a defesa do ex-deputado Henrique Eduardo Alves.

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