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Cunha diz que não dá para suportar mais aumento de tributos

O presidente da Câmara dos Deputados disse que "não dá para suportar mais aumento de tributos. Que tem que se cortar gastos, tem, não se pode fingir"


	Eduardo Cunha (PMDB-RJ): "cortar gastos é muito importante, mas o Brasil só vai se recuperar se recuperar a confiança"
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

Eduardo Cunha (PMDB-RJ): "cortar gastos é muito importante, mas o Brasil só vai se recuperar se recuperar a confiança" (Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2015 às 22h29.

Nova York - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em viagem oficial a Nova York, onde participa de evento nas Nações Unidas (ONU), afirmou a jornalistas na noite desta sexta-feira, 28, que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 1,9% no segundo trimestre sinaliza que a economia brasileira deve se contrair ao menos 2,5% em 2015, retração que pode chegar a 3%.

Em 2016, o parlamentar vê risco de a recessão continuar e o PIB encolher 1,5%.

"Estamos no meio de uma recessão que, se era real, passou a ser também técnica. O Brasil está em recessão e precisa fazer algo que não é aumentando imposto", disse Cunha em rápida conversa com jornalistas antes de participar de um jantar oferecido pelo embaixador do Brasil na ONU, Antonio Patriota, em sua residência, na região nobre do Upper East Side, em Manhattan.

Cunha voltou a afirmar que é contra a volta da CPMF, como quer o governo para conseguir ajustar suas contas. "Não dá para suportar mais aumento de tributos. Que tem que se cortar gastos, tem, não se pode fingir. Eu mesmo sou o autor de uma PEC que reduz a 20 o total de ministérios no País. Cortar gastos é muito importante, mas o Brasil só vai se recuperar se recuperar a confiança", afirmou o parlamentar.

"Gestos para recuperar a confiança são gestos simbólicos, redução de gastos é um deles", disse Cunha, destacando que o governo aumentou os gastos de forma permanente nos últimos anos, mas o baixo crescimento da economia acabou afetando a arrecadação. "Consequentemente, agora ficamos com os gastos e não temos mais a arrecadação."

Ainda sobre a CPMF, o presidente da Câmara disse ser "totalmente contrário" à volta do tributo, classificado por ele como "perverso". "Você só vai aumentar o custo da economia, é uma contribuição perversa porque ela tributa igualmente toda a economia, afeta o custo dos serviços", afirmou aos jornalistas. "Isso não é a solução para a economia. Se o governo tem problema de caixa porque a economia diminuiu, não é aumentando impostos que vai resolver o seu problema."

Cunha destacou ainda que o contribuinte brasileiro "não aguenta mais pagar" impostos. "É preciso que (o governo) seja mais criativo, que busque retomar a confiança do mercado para que possa recuperar a economia e a arrecadação voltar no mínimo aos níveis que estavam no ano passado", ressaltou.

ONU

Cunha participa na segunda-feira, 31, da abertura da IV Conferência Mundial de Presidentes de Parlamentos. O presidente da Câmara vai fazer um discurso de cerca de 4 minutos e, segundo ele, o tema central será a democracia.

"Vamos falar sobre democracia, até porque nós vivemos na democracia e queremos que essa democracia seja compartilhada por todos", adiantou.

Cunha viajou para Nova York com sua mulher, Cláudia Cruz, e segundo assessores recusou a diária oferecida pela Câmara, de US$ 500.

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