Brasil

Cunha cria comissão para analisar projetos do pré-sal

Comissão vai discutir todas as propostas de exploração do pré-sal, tanto a que tramita na Câmara como a que foi aprovada pelos senadores


	Eduardo Cunha: outra comissão será destinada a formular um projeto de reforma da Previdência
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Eduardo Cunha: outra comissão será destinada a formular um projeto de reforma da Previdência (REUTERS/Ueslei Marcelino)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de fevereiro de 2016 às 18h54.

Brasília - Prestes a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e com a possibilidade de se tornar réu nas investigações da Operação Lava Jato, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou na tarde desta segunda-feira, 29, a criação de comissões temáticas na tentativa de criar uma agenda positiva para a Casa.

A instalação das comissões depende ainda da indicação - pelos líderes partidários - dos parlamentares que integrarão os trabalhos, que devem atuar por 30 dias.

A primeira comissão vai discutir todas as propostas de exploração do pré-sal, tanto a que tramita na Câmara como a que foi aprovada pelos senadores. "A resultante da comissão especial é que será levada ao plenário", declarou.

Outra comissão será destinada a formular um projeto de reforma da Previdência.

Cunha explicou que o objetivo de antecipar as discussões na Câmara não é confrontar com o texto que será mandado pelo Executivo e sim incluí-lo no projeto em construção assim que for enviado ao Congresso.

"Enquanto o governo manda e não manda, a gente vai fazer uma comissão especial para ver se consegue produzir pela Casa uma proposta que possa ser submetida ao plenário", afirmou.

A ideia é levar o resultado final dos debates na comissão à votação em plenário. "O objetivo não é contrapor, é fazer andar", emendou.

Após a Semana Santa, o peemedebista informou que fará uma força-tarefa para votar no primeiro semestre as propostas de reforma tributária engavetadas na Casa e que, em tese, estariam prontas para serem apreciadas pelo plenário.

Cunha citou uma lista de Propostas de Emenda à Constituição (PEC) produzidas pelo Parlamento sobre o tema e que nunca foram votadas.

Ele afirmou que há pontos importantes para serem discutidos, como unificação do ICMS e o debate sobre incentivos fiscais.

"Vamos tratar desse tema nesse primeiro semestre de 2016, buscando pelo menos a unificação do ICMS para que a gente possa com isso atender a uma demanda que ajude um pouco a economia", disse.

Cunha enfatizou que a proposta de recriação da CPMF não entrará nesse pacote de votações porque o projeto "tem seu caminho" e não pretende "misturar uma coisa com a outra".

O peemedebista disse esperar que as discussões pautadas por ele andem em paralelo ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

"Temos de aprender a separar as coisas. O processo de impeachment vai seguir seu curso na medida em que ele tenha a condição jurídica para isso, na medida em que o Supremo julgue os embargos", respondeu.

Ele alegou que a Câmara não pode ficar parada, "de braços cruzados" esperando a votação do afastamento da petista.

Aos jornalistas, Cunha afirmou que a ideia é mostrar uma postura proativa da Casa, independente da crise econômica e política.

Segundo o peemedebista, o objetivo é facilitar a retomada do crescimento da economia e mostrar que a Câmara está agindo. "Pretendemos continuar deliberando a despeito de qualquer outro processo".

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosEduardo CunhaPolíticaPolítica no BrasilPré-salPrevidência privada

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP