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Cunha chama de "aberração" sessão informal do Conselho

Parlamentares contrários a Cunha fizeram uma sessão informal do Conselho de Ética que acabou se tornando um ato político contra o presidente da Câmara


	Eduardo Cunha: "Não fiz manobra nenhuma nem vou fazer", disse presidente da Câmara
 (Luis Macedo/ Câmara dos Deputados)

Eduardo Cunha: "Não fiz manobra nenhuma nem vou fazer", disse presidente da Câmara (Luis Macedo/ Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2015 às 17h28.

Brasília - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se disse vítima de golpe por parte de alguns parlamentares petistas e chamou de "aberração" a sessão informal do Conselho de Ética desta quinta-feira, 19. 

"Na prática, tem uns do PT que reclamam que tem golpe contra eles, mas tentam dar o mesmo golpe. Isso que aconteceu", afirmou.

"Este processo é político. Politicamente, os meus adversários, aos gritos, entre eles têm vários do PT, querem tentar aquilo que não obtiveram na eleição", disse, em referência à disputa pela presidência da Câmara, quando Cunha derrotou o petista Arlindo Chinaglia.

Mesmo diante da revogação da decisão da Mesa Diretora suspendendo a sessão desta manhã, os parlamentares contrários a Cunha fizeram uma sessão informal do Conselho de Ética que acabou se tornando um ato político contra o presidente da Casa.

"O presidente do Conselho de Ética é que hoje, ao que me parece, desrespeitou o regimento", disse Cunha. "Me parece que estão querendo atropelar o regimento interno e a Constituição visando buscar outro tipo de coisa".

O presidente da Câmara negou que ele e seus aliados tenham manobrado para impedir a votação no Conselho de Ética. "Não fiz manobra nenhuma nem vou fazer. Não há razão para isso. Não estou preocupado", disse.

Cunha minimizou as críticas feitas a ele durante a sessão plenária, de que estaria manobrando para evitar o andamento de seu processo de cassação, e disse que a suspensão da decisão de anular a reunião do Conselho Ética foi um ato simbólico.

"Isso foi um gesto para mostrar que efetivamente eu não estava preocupado com a decisão (do Conselho de Ética). Eu o fiz depois que acabou o tumulto. Debaixo do tumulto eu não faria", disse.

A sessão plenária foi esvaziada após um discurso duro da deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP). Colocada de pé em sua cadeira de rodas, ela falou cara a cara com o presidente. Seus pares ficaram em silêncio.

"Chega, senhor presidente. O senhor não consegue mais presidir. Levante desta cadeira, Eduardo Cunha, por favor".

Cunha negou que tenha receio de perder apoio para continuar na presidência da Casa e disse que não vai se constranger.

"Já estou vivendo esse processo faz um tempo e nada disso vai mudar meu comportamento", disse. "Não vejo nem que enfraquece nem que fortalece."

Ele reforçou que apresentará uma defesa consistente e voltou a criticar o cerceamento de defesa no Conselho de Ética.

"Para mim está configurado uma série de irregularidades", afirmou, ressaltando que pode recorrer dos procedimentos do Conselho na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo que chamou de "violações regimentais e cerceamento de defesa".

"Meus advogados vão falar no tempo devido e fazer os recursos que acharem que devem", disse.

Cunha disse ainda que "não perderia tempo" respondendo ao PSOL, que o acusou de usar o cargo para se defender. "O PSOL faz toda hora uma coisa, não dá para levar em consideração", disse.

Próxima reunião

A sessão do Conselho de Ética para a leitura do relatório do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) ficou marcada para a próxima terça-feira, 24. Como está previsto que os aliados de Cunha pedirão vista, a votação do parecer prévio pela admissibilidade do processo contra o peemedebista ocorrerá só no dia 1º de dezembro.

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