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Cunha acelera produção de livro e não recebe "traidores"

Logo que o plenário confirmou a perda do mandato, Cunha anunciou que escreveria um livro contando os bastidores do processo de impedimento da petista


	Cunha: logo que o plenário confirmou a perda do mandato, Cunha anunciou que escreveria um livro contando os bastidores do processo de impedimento da petista
 (Agência Brasil)

Cunha: logo que o plenário confirmou a perda do mandato, Cunha anunciou que escreveria um livro contando os bastidores do processo de impedimento da petista (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2016 às 17h23.

Brasília - Dois dias após ter sido cassado pelo plenário da Câmara, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) decidiu acelerar a produção do livro onde pretende contar os bastidores da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Além do livro, Cunha intensificou o encontro com advogados para discutir sua defesa agora que perdeu o foro privilegiado.

Logo que o plenário confirmou a perda do mandato, Cunha anunciou que escreveria um livro contando os bastidores que antecederam sua decisão de autorizar o processo de impedimento da petista.

O peemedebista alegou que a sociedade merecia conhecer os detalhes da história recente do País. Não demorou muito e três editoras já manifestaram interesse em publicar o livro.

"O livro vai ter um valor histórico, mas não acredito que terá efeito bombástico", disse o vice-líder da bancada do PMDB, Carlos Marun (PMDB-MS).

Fontes contam que Cunha está superando a tristeza diante da derrota acachapante de 450 votos à favor de sua cassação se ocupando do livro e das conversas com advogados.

"Não é o Eduardo Cunha poderoso de tempos atrás, mas continua sendo uma pessoa determinada", afirmou Marun.

Ontem, ele recebeu Marun para agradecer pessoalmente o esforço do colega de bancada em sua defesa no plenário. "Vi um ambiente de mágoa", contou Marun.

Cunha fez questão de receber Marun, mas se recusou a receber os "traidores". Um líder de um dos partidos do chamado "centrão" apareceu no prédio onde fica o apartamento funcional ocupado pelo peemedebista.

Quando o porteiro anunciou a presença do deputado, Cunha mandou dizer que não o receberia. Segundo fontes, o peemedebista não vai receber seus antigos aliados que votaram favorável a sua cassação.

O peemedebista deve continuar no apartamento funcional de Brasília até o final do prazo de 30 dias dado pela Câmara para que ele deixe o imóvel. Seu gabinete na Casa já foi desocupado e seus funcionários dispensados.

Cunha já perdeu o direito a segurança da Polícia Legislativa, uso do carro oficial da Câmara, receberá apenas o salário proporcional aos dias em que ainda tinha mandato e aposentadoria proporcional ao tempo de contribuição.

A primeira secretaria da Câmara pediu informações aos técnicos se o peemedebista ainda terá direito ao plano de saúde que é oferecido a ex-parlamentares, uma vez que sua condição hoje é de deputado cassado.

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