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Cruz Vermelha cria força-tarefa em Santa Maria

A Cruz Vermelha Brasileira pediu à federação internacional da entidade que disponibilize profissionais de outros países especializados em estresse pós-traumático


	Parentes das vítimas do incêndio na boate Kiss:  o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul abriu cadastro para profissionais voluntários.
 (REUTERS / Edison Vara)

Parentes das vítimas do incêndio na boate Kiss:  o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul abriu cadastro para profissionais voluntários. (REUTERS / Edison Vara)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2013 às 18h20.

Brasília - Por iniciativa da Cruz Vermelha no Rio Grande do Sul, representantes de várias entidades de psicologia e psiquiatria, universidades e outros órgãos de assistência psicossocial se reuniram hoje (28), em Porto Alegre (RS). O objetivo foi definir uma estratégia de atendimento gratuito às famílias das vítimas e aos sobreviventes do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), ocorrido na madrugada de ontem (27).

“A situação é muito traumática e sabemos que, após alguns dias, vai começar a segunda onda de choque, quando há o risco de os parentes e até mesmo de os sobreviventes adoecerem. Por isso, estamos criando uma estratégia para atuar preventivamente, ajudando os governos estadual e municipal a dar apoio não apenas às famílias de Santa Maria”, disse o presidente da filial da entidade em Santa Maria, o psiquiatra Manoel Garcia Júnior, ao lembrar que muitas das pessoas mortas e dos sobreviventes se mudaram sozinhos para a cidade a fim de estudar em uma das muitas universidades da região.

Além da filial estadual mobilizar as associações de classe e universidades, a Cruz Vermelha Brasileira pediu à federação internacional da entidade que disponibilize profissionais de outros países especializados em estresse pós-traumático. A finalidade é que eles possam repassar aos voluntários em Santa Maria suas experiências no tratamento de sobreviventes e parentes de vítimas de catástrofes.

Segundo o psiquiatra, a assistência psicológica já está sendo oferecida desde ontem. Porém, as ações tendem a se tornar mais necessárias conforme os parentes das vítimas cumpram as primeiras providências práticas e comecem de fato a assimilar o impacto do episódio. “A força-tarefa vai ajudar a instrumentalizar, treinar, acompanhar, monitorar e sugerir estratégias de campanhas públicas. Entidades como a associação de psiquiatria já estão conclamando seus membros para abrirem seus consultórios a fim de atender gratuitamente as pessoas. Também estamos organizando as instituições de formação [universidades] de todo o estado a também terem horários vagos, gratuitos, para atenderem as pessoas nesta situação”, explicou Júnior.


Participaram da reunião convocada pela Cruz Vermelha representantes das associações brasileiras e estadual de Psiquiatria; sociedade estadual de Psicologia; Sindicato Médico do Rio Grande do Sul; Comitê de Psicologia da Saúde e Hospitalar; universidades Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Pontifícia Católica (PUCRS); Ministério Público Estadual; União Estadual de Estudantes e de clínicas particulares.

Hoje (28), o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul abriu cadastro para profissionais voluntários que desejem prestar apoio aos parentes de vítimas mortas no incêndio, em Santa Maria (RS). Os psicólogos que tiverem disponibilidade para trabalhar no município devem ligar para os números (55) 3219-5299. Para atuar na capital gaúcha, Porto Alegre, o contato deve ser feito pelo telefone (51) 3334-6799, ramal 242.

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