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Crivella perderia para Freixo e Paes na prefeitura do Rio, diz Datafolha

Eleito em 2016, prefeito é reprovado por 72% dos eleitores cariocas. Índice é alto mesmo entre evangélicos, sua base de apoio

Crivella: prefeito ficou atrás de concorrentes em sondagem sobre eleições municipais em 2020 (Yasuyoshi Chiba/Getty Images)

Crivella: prefeito ficou atrás de concorrentes em sondagem sobre eleições municipais em 2020 (Yasuyoshi Chiba/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2019 às 12h14.

Última atualização em 15 de dezembro de 2019 às 12h17.

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), é reprovado por quase três em cada quatro eleitores cariocas. É o que mostra uma pesquisa do instituto Datafolha divulgada neste domingo 15.

Bispo licenciado da Igreja Universal, Crivella tem 72% de reprovação, ante 20% que o consideram regular e só 8% que o consideram ótimo ou bom (1% dos entrevistados não soube ou não quis responder). O estudo foi encomendado pelos jornais O Globo e Folha de S.Paulo. Em outubro de 2017, primeiro ano da gestão do prefeito, sua reprovação era de 40%, enquanto a maioria da população o considerava regular ou ótimo/bom.

Com este grau de rejeição, Crivella também está ficando para trás na disputa pela reeleição à prefeitura do Rio de Janeiro, que acontece em outubro do ano que vem. Eleito para a prefeitura do Rio (seu primeiro cargo público) em 2016, Crivella tem 8% de intenções de voto no pleito de 2020.

O prefeito está atrás de seus dois maiores adversários, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), que tem 22% das intenções de voto, e do deputado federal pelo Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSOL), que tem 18%. Os dois estão, assim, empatados pela margem de erro, que é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Freixo perdeu o segundo turno das eleições municipais em 2016 para Crivella. Na ocasião, o pastor, com forte base evangélica, teve 59,4% dos votos, ante 40,6% do atual deputado. A vitória de Crivella encerrou também o domínio do PMDB, então partido de Paes -- que ficou oito anos à frente da capital fluminense, entre 2009 e 2017, quando Crivella assumiu.

Atrás de Crivella na sondagem do Datafolha, em terceiro lugar, vem Martha Rocha (PDT), com 7% das intenções de voto, e, em quarto, o ex-BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e ex-presidente do clube Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello (Rede), com 6%. Ainda figuram na lista de intenções de voto dos cariocas nomes como o também deputado federal pelo Rio de Janeiro Alessandro Molon (PSB), com 2%, ficando apenas em sétimo lugar.

A pesquisa do Datafolha teve 872 entrevistados, todos na cidade do Rio de Janeiro, entre quarta-feira 11 e sexta-feira 13.

Índices pioram

A reprovação de Crivella vem aumentando sobretudo em meio à crise financeira do Rio de Janeiro. Oito em cada dez (81%) entrevistados concordaram que a situação financeira fluminense afetou o sentimento de bem-estar pessoal na capital. Já três em cada quatro (74%) concordaram que a crise atingiu diretamente a vida pessoal dos cidadãos do Rio.

O pessimismo com o prefeito é menor entre os evangélicos, sua base eleitoral. Enquanto só 8% dos eleitores o consideram ótimo ou bom, o número sobe para 26% entre evangélicos neopentecostais.

Ainda assim, o prefeito perde espaço mesmo entre este grupo. Segundo o estudo, 56% dos evangélicos avaliam o governo como ruim ou péssimo e 49% entre os neopentecostais têm a mesma avaliação negativa.

Por outro lado, a reprovação ao prefeito é maior entre quem tem ensino superior, sendo de 84%, maior que a média de 72% da cidade.

Boicote a jornais

O levantamento do Datafolha também mostrou que 76% dos cariocas reprovam a conduta do prefeito em boicotar jornalistas do jornal O Globo. O prefeito anunciou que não responderia mais ao Globo no último dia 1º de dezembro, após a publicação de uma reportagem sobre a delação do doleiro Sérgio Mizrahy ao Ministério Público do Rio, em que ele relatou um esquema para recebimento de propina de empresas que tinham créditos a receber do município.

Dias depois, a prefeitura barrou a entrada de repórteres do jornal em um anúncio sobre a festa de réveillon da cidade. Na última sexta-feira, em uma entrevista sobre repasses do governo federal à saúde da cidade, a equipe de Crivella barrou outros veículos do Grupo Globo, como Extra, a TV Globo, a Globo News, o G1 e a CBN.

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