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Crivella não participa de culto ecumênico em escola do Rio

O ato na Escola Municipal Escritor e Jornalista Daniel Piza lembrou a estudante Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, assassinada na semana passada

Marcelo Crivella: o secretário municipal de educação do Rio de Janeiro, Cesar Benjamin, recomendou que o prefeito não fosse dada a situação "tensa" no local (José Cruz/ABr/Agência Brasil)

Marcelo Crivella: o secretário municipal de educação do Rio de Janeiro, Cesar Benjamin, recomendou que o prefeito não fosse dada a situação "tensa" no local (José Cruz/ABr/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 6 de abril de 2017 às 16h47.

O secretário municipal de educação do Rio de Janeiro, Cesar Benjamin, disse hoje (6) que o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, não participou do culto ecumênico realizado nesta quinta-feira na Escola Municipal Escritor e Jornalista Daniel Piza, na zona norte, por motivos de segurança.

O ato lembrou a estudante Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, assassinada na quadra da escola na semana passada.

"A situação estava muito tensa aqui [ontem], e nós recomendamos que ele não viesse. Ontem, o tráfico roubou três caminhões da [Companhia de Limpeza Urbana] Comlurb, daqueles bem pesados que transportam lixo, e blindou os acessos à escola", disse o secretário, que teve que transferir a reunião que teria com o corpo docente da escola para a sede da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).

"Os professores não permaneceram aqui porque ficaram temerosos com a movimentação que havia em volta da escola."

Na visão de Benjamin, a insegurança na região não chega a ser um impedimento para que a escola volte a funcionar, porque a rede municipal tem grande capilaridade e diversas unidades funcionam em locais em que há problemas semelhantes.

"Essa, digamos assim, é a situação normal, entre aspas, de muitas regiões do Rio de Janeiro. Em muitas áreas, você vai caminhando e pendido licença a homens armados de fuzis. Isso é uma rotina", disse o secretário.

O secretário reconheceu que a ideia de blindar escolas municipais em áreas de risco é polêmica, mas afirmou que essa é uma demanda de pais, professores e alunos de unidades como as que ficam na linha de tiro no Complexo de Favelas da Maré.

Por causa da técnica de construção drywall, escolas na região têm paredes de gesso que oferecem pouca proteção contra disparos.

"Nessas escolas, o tiro de fuzil entra por um lado, percorre todas as classes, e sai pelo outro", disse o secretário, que prevê que a aplicação de uma argamassa importada em 15 escolas da Maré deve começar em caráter experimental dentro de dois meses.

O pedido de importação já foi feito e esse é o tempo necessário para que o produto chegue dos Estados Unidos e esteja à disposição da secretaria.

Segundo ele, ao ser aplicada uma espessura de 2,5 centímetros nas paredes, o material impediria a passagem de um tiro de fuzil.

"Isso não é uma solução milagrosa, geral, para ser aplicada em toda a rede".

O secretário voltou a defender que a Secretaria Estadual de Segurança Pública e os comandantes de batalhões da Polícia Militar se reúnam com a comunidade escolar para estabelecer um protocolo de ações que reduza os riscos para os estudantes e profissionais da rede municipal.

Benjamin disse que as operações policiais devem, por exemplo, evitar os horários de entrada e saída das escolas.

"Pedimos encarecidamente à policia que respeite esses momentos".

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