Coronavírus: Crivella criticou comerciantes que não fecharam as portas (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Agência O Globo
Publicado em 14 de abril de 2020 às 09h45.
Última atualização em 14 de abril de 2020 às 09h47.
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, disse, nesta segunda-feira, que a prefeitura estuda multar pessoas
que desobedecerem as regras de afastamento social estabelecidas durante o combate ao avanço do coronavírus. Ele demonstrou preocupação com aglomerações nos bairros de Santa Cruz, Campo Grande, Bangu, Santíssimo e Jacarepaguá, todos na Zona Oeste, além de São Cristóvão, na Zona Norte.
Crivella também endureceu o tom com relação aos empresários e comerciantes que estão desrespeitando as normas do decreto. Segundo ele, os estabelecimentos serão multados e, em caso de reincidência, poderão até ter o alvará cassado.
"Vamos fazer punição não só do estabelecimento, mas do infrator, na mesma regra do Lixo Zero. Porque o dono do estabelecimento diz que vendeu o produto na condição de a pessoa ir embora, e eles (os clientes) compram a bebida ou o lanche e acabam fazendo aglomeração na esquina, batendo papo, etc. Essas coisas estão sendo vistas pela prefeitura e vamos tratar com muito rigor", disse o prefeito.
Ele criticou comerciantes que não fecharam as portas, descumprindo o decreto municipal de enfrentamento ao coronavírus. Segundo a subsecretária de Vigilância Sanitária, Márcia Rolim, 142 estabelecimentos já foram multados por descumprir o decreto:
"Em 20 dias, recebemos 482 reclamações através do 1746, e 142 estabelecimentos foram inflacionados por descumprirem o decreto. Qualquer estabelecimento que deixar de executar medidas sanitárias que visem a prevenção das doenças e sua disseminação está sujeito a multa de R$ 500 a R$ 2.500, interdição e até cassação".
Crivella afirmou que as medidas restritivas tomadas pela Prefeitura do Rio para conter a disseminação do novo coronavírus serão mantidas e não têm data para acabar. De acordo com o ele, essa decisão foi tomada pelo comitê científico formado pela prefeitura, que se reuniu durante quatro horas nesta segunda-feira.
"Nesta reunião foram debatidas todas as medidas de afastamento social tomadas pela prefeitura e a conclusão foi de que devem ser mantidas. Nesse momento, elas não poderão ser diminuídas. Além disso, foram ratificadas as recomendações de melhorar a performance de internação de idosos nos hotéis (apenas 50 das mil vagas foram preenchidas) e aprimorar o enfrentamento às aglomerações nas estações e no interior dos transportes públicos", disse.
As declarações do prefeito foram feitas durante uma entrevista coletiva concedida no Riocentro, na Zona Oeste, na qual ele falou em um palco improvisado no Pavilhão 3, onde está sendo montado um hospital de campanha que terá 500 leitos dedicados exclusivamente a pacientes diagnosticado com a Covid-19. O andamento das obras está em 90% e o hospital deve ficar pronto até domingo.
O hospital do Riocentro vai começar a receber pacientes a partir da lotação dos leitos do Hospital municipal Ronaldo Gazolla, em Acari. De acordo com Crivella, testes revelaram quatro funcionários da unidade estão com coronavírus. Entre os pacientes internados, 40% testaram negativo para a doença. Segundo o secretário de Infraestrutura, Sebastião Bruno, que está à frente das obras no Riocentro, a construção do hospital de campanha está na reta final.
"O hospital no Riocentro está com 16 dias de obras e chegando a 90% dos serviços executados. Falta concluirmos o centro cirúrgico e o centro de imagens, onde ficará o tomógrafo. Esse hospital deve ficar pronto até o final da semana".