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Críticas de FHC e Aécio foram deselegantes, diz Dilma

Estratégia para reeleição é mostrar que, enquanto os adversários criticam, ela cuida da administração e entrega obras


	Presidente Dilma Rousseff durante coletiva de imprensa após reunião de cúpula entre União Europeia e Brasil, em Bruxelas
 (Francois Lenoir/Reuters)

Presidente Dilma Rousseff durante coletiva de imprensa após reunião de cúpula entre União Europeia e Brasil, em Bruxelas (Francois Lenoir/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 21h26.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff avaliou como "deselegantes" as críticas feitas por Fernando Henrique Cardoso a seu governo, durante sessão solene do Congresso pela passagem dos 20 anos do Plano Real, mas não quis bater boca com o ex-presidente. A estratégia da equipe de Dilma para a campanha da reeleição é mostrar que, enquanto os adversários criticam, ela cuida da administração e entrega obras.

Mesmo assim, o governo escalou ministros e dirigentes do PT para rebater Fernando Henrique, dando o tom de como será o discurso da campanha petista contra o candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também fará, no palanque, o contraponto à ofensiva do PSDB.

"Foi o presidente Lula que resgatou o Plano Real, que sofreu um desvio no meio do caminho por causa da pedra da reeleição", disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-chefe da Casa Civil, numa referência velada à denúncia de compra de votos no Congresso para o segundo mandato de FHC.

Gleisi não estava no plenário do Senado quando o ex-presidente partiu para o ataque contra os governos Dilma e Lula, apontando "fadiga de material" da administração do PT. Senadores petistas não compareceram à cerimônia de comemoração do Plano Real, mas negaram ter recebido orientação do Planalto para esvaziar a festa tucana.

"Desde 2011 a presidente Dilma continua a operação salvamento do Plano Real", afirmou Gleisi. "Eu gostaria de saber quantos países, em 11 anos de governo, conseguiram controlar a inflação e garantir o emprego com crescimento do consumo e da economia."

Quando o Real foi lançado, em 1994, o então deputado Aloizio Mercadante (PT), hoje ministro da Casa Civil, era assessor econômico de Lula e criticou duramente o plano, chamado por ele de "eleitoreiro". Tudo deu errado para o PT naquela campanha e Mercadante foi obrigado a substituir na última hora o vice de Lula, José Paulo Bisol, envolvido em denúncias. Nos anos seguintes, porém, o PT teve de mudar o discurso e admitir que errou na avaliação sobre o Plano Real.

"Estávamos no calor da briga, mas, em nossa defesa, precisamos dizer que vínhamos de uma sucessão de planos fracassados e a conta era sempre jogada nas costas do trabalhador", afirmou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. "Agora, vamos fazer justiça: quem lançou o Plano Real foi o então presidente Itamar Franco", insistiu ele.

A tática do PT para a campanha de Dilma à reeleição é bater na tecla do aumento do emprego e da renda desde 2003, quando Lula assumiu a Presidência, e fazer a comparação deste período com os oito anos do governo Fernando Henrique. "O presidente Lula sempre faz uma comparação como se a história começasse com ele. Está bem, cada um tem seu modo de ser, mas ele diz que a inflação, em 2002, era de 12% e agora é de 6%. Só que, em 2002, a inflação era dele, era o medo do Lula. Nós derrubamos quando era 40% ao mês", comentou Fernando Henrique, nesta terça, em discurso no Senado.

Para o ex-presidente, 39 ministérios e 30 partidos são a receita para paralisar a administração. Na segunda-feira, 24, ao se reunir com líderes da base aliada na Câmara dos Deputados, Mercadante disse que "há menos ministérios do que partidos que querem ministérios".

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