Brasil

Crise na Zona do Euro afeta carnaval do Rio

A menos de um mês do carnaval, hotéis da cidade estão com menos de 60% de reservas fechadas. Esperança é que brasileiros e sul-americanos 'atrasados' reduzam o prejuízo

Abalos na economia da Europa são má notícia para o turismo no Rio (Alan Betensley/Wikimedia Commons)

Abalos na economia da Europa são má notícia para o turismo no Rio (Alan Betensley/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de janeiro de 2012 às 20h07.

São Paulo - A crise financeira é na Europa, mas até o carnaval do Rio já sente os seus efeitos. Não chega a 60% a taxa de ocupação dos hotéis cinco estrelas para a temporada na cidade. Como esse tipo de hospedagem é procurado principalmente por europeus, a indústria hoteleira de luxo espera que os próprios brasileiros compensem a freada na chegada dos estrangeiros. No ano passado, a menos de um mês do carnaval, os hotéis cinco estrelas já estavam com quase 80% de seus quartos reservados.

Os hóspedes brasileiros têm como característica resolver a estadia em cima da hora. E esse pode ser o trunfo dos hotéis luxuosos. Mais perto do carnaval, com pacotes menores, oferecendo menos dias - e, por isso, mais baratos -, o brasileiro pode engrossar a hospedagem em estabelecimentos como Copacabana Palace, Fasano e Sheraton. Em tempos de folia, são os estrangeiros os responsáveis por ocupar 75% dos hotéis de luxo do Rio.

Abalos na economia da Europa são má notícia para o turismo no Rio. Particularmente no carnaval, quando os europeus costumam ser metade dos visitantes estrangeiros na cidade. Uma pesquisa feita em 2010 pelo professor Bayard Boiteux, do Instituto de Pesquisas e estudos do Turismo da UniverCidade, indicou que, naquele ano, 52% dos estrangeiros na cidade vinham da Europa, com destaque para franceses (17%), alemães (14%) e italianos (11%). Dos Estados Unidos vinham 21% dos foliões estrangeiros. Os hotéis da cidade são a forma de hospedagem de 70% deles. Os demais optam por apartamentos de temporada (16%), casas de amigos (8%) e hospedagem domiciliar (6%).


A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ) divulgará, até o início da próxima semana, uma pesquisa revelando a ligação da crise europeia com a diminuição do desembarque de turistas de fora do país no Rio. Por isso, a esperança é apostar no brasileiro e nos vizinhos da América do Sul. A RioTur estima que, em 2012, deva crescer a proporção de sul-americanos e turistas de outros estados do Brasil no total de visitantes. “Quem vem de carro para o Rio no carnaval faz reserva até da estrada”, diz o presidente da ABIH-RJ, Alfredo Lopes, comparando os hábitos de planejamento de viagem. Mesmo assim, hotéis luxuosos provavelmente não atingirão sua capacidade. “Os cinco estrelas não devem ficar lotados, mas chegar perto de 80%”, aposta o presidente da associação.

Os que chegam ao Rio de avião costumam se organizar com pouco mais de antecedência. Para economizar na viagem, passageiros compram os bilhetes aéreos alguns meses antes do carnaval. E isso acaba implicando nas reservas de hotéis. Em hospedagens de três e quatro estrelas, a taxa de ocupação chega a 90%.

Grandes eventos – Enquanto a indústria hoteleira faz de tudo para atrair visitantes no carnaval, as reservas para se hospedar em hotéis luxuosos em junho já estão quase esgotadas. No mês da Rio+20, 150 chefes de estado, com suas comitivas, deverão ter lugar garantido nos cômodos cinco estrelas. “Nessa época, não terá uma vaga sobrando. O governo brasileiro faz bloqueio de aproximadamente 70% dos hotéis. Nós já temos 90% dos quartos dos hotéis cinco estrelas reservados para a Rio+20”, diz Lopes.

Acompanhe tudo sobre:Carnavalcidades-brasileirasCrise econômicaEuropaMetrópoles globaisRio de JaneiroUnião Europeia

Mais de Brasil

Inmet prevê chuvas intensas em 12 estados e emite alerta amerelo para "perigo potencial" nesta sexta

'Tentativa de qualquer atentado contra Estado de Direito já é crime consumado', diz Gilmar Mendes

Entenda o que é indiciamento, como o feito contra Bolsonaro e aliados

Moraes decide manter delação de Mauro Cid após depoimento no STF