A presidente Dilma Rousseff: problemas para quem investiu na Líbia (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2011 às 16h51.
Brasília – A presidente Dilma Rousseff afirmou hoje (3) que a crise na Líbia ainda não afeta as reservas internacionais de petróleo. Ela reconheceu, porém, que a instabilidade na região causa “turbulências” entre os investidores brasileiros que mantêm negócios com os líbios. Para a presidente, a expectativa é que a crise no país se encerre logo. Desde o último dia 15, manifestantes favoráveis e contrários ao governo de Muammar Kadhafi se enfrentam no país.
“Não há hipótese de você afetar o conjunto do fornecimento [de petróleo] do mundo por conta disso [da crise na Líbia]. É certo que é um petróleo leve, com um baixo teor de enxofre, então é bem valorizado e importante”, afirmou Dilma, depois de participar de reunião com o primeiro-ministro do Timor Leste, Xanana Gusmão, no Palácio do Planalto.
Segundo a presidente, a crise política na Líbia não deve, por enquanto, preocupar o mundo no que se refere à queda na produção de petróleo, embora locais onde há poços tenham sido alvos de tiroteios entre manifestantes e forças do governo.
“Acho que não é uma preocupação ainda das maiores porque a capacidade, se não me engano, vou citar de cabeça uma coisa que me lembro de quando fui do Conselho de Administração da Petrobras, deve estar em torno de 1,8 milhão barris dia, como se fosse a produção do Brasil”, disse a presidente mencionando a produção líbia de petróleo.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), os mercados de petróleo bruto na Europa não estão ainda em fase de contenção, embora com a demanda bruta “relativamente baixa”. Em comunicado, a AIE informou que se mantém em contato permanente e direto com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) na tentativa de evitar futuras dificuldades.
Para Dilma, a crise na Líbia afeta, sobretudo, os investimentos diretos de empresas nacionais no país. “Mais do que exportarmos, temos ainda investimentos diretos de empresas brasileiras na Líbia e isso causa, para esses investidores, uma turbulência, mas esperamos que esse não seja um processo permanente e duradouro”, disse.
A presidente não mencionou a proposta do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que se ofereceu para intermediar um acordo na Líbia comandando uma comissão de paz no país. A sugestão foi apresentada pelo venezuelano ao presidente da Líbia, Muammar Kadhafi, e é objeto de análise da Liga Árabe – que reúne 22 nações.