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Crise hídrica pode ter ajudado recuperação de Dilma, diz FGV

A diferença de Dilma para Aécio no Sudeste diminuiu de 21 para 9 pontos porcentuais em onze dias, segundo o Datafolha

Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira na represa de Jaguari, em Joanópolis (Paulo Whitaker/Reuters)

Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira na represa de Jaguari, em Joanópolis (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2014 às 13h18.

São Paulo - A recuperação da candidata Dilma Rousseff (PT) no Sudeste - onde a diferença dela para Aécio Neves (PSDB) diminuiu de 21 para 9 pontos porcentuais em onze dias, segundo o Datafolha - pode estar relacionada à crise hídrica em São Paulo.

Na opinião do cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas Marco Antônio Carvalho Teixeira, a falta d'água pode ter sido fundamental para Dilma no Estado, onde Aécio obteve sua maior vantagem no primeiro turno.

"Geraldo Alckmin passou o tempo inteiro negando que o problema era grave e a situação piorou nos últimos 15 dias. O discurso foi enfraquecido pela realidade e provavelmente enfraquece o Aécio", analisa.

"A impressão é que Dilma está avançando em São Paulo no eleitorado de Marina Silva e no eleitorado da falta d'água", completa.

Segundo o cientista político, outra dificuldade de Aécio e seu partido nesta reta final é a fama de "elitista" da legenda - por mais que o tucano tenha afirmado em várias oportunidades que pretende manter os programas sociais.

Neste quesito, Teixeira acredita que o mercado financeiro prestou um "desserviço" à candidatura do tucano ao "escolher um lado".

"Quando o mercado começa a mexer na Bolsa em função do resultado das pesquisas, isso indica que tem um candidato favorito. E na cabeça do eleitor o mercado é diferente do povo", afirma.

Para a campanha de Dilma, o levantamento do Datafolha trouxe boas notícias que vão além da intenção de voto da presidente, agora 4 pontos porcentuais maior do que a do adversário - mas ainda no limite da margem de erro.

A melhora na avaliação do governo e o aumento da rejeição a Aécio mostram uma consistência na recuperação da petista.

"Deu certo a estratégia do PT de desconstruir o Aécio. E, na avaliação do governo, principal desafio da Dilma depois da Copa, só há notícias positivas para ela", afirma.

Os dados das pesquisas mais recentes devem mudar a estratégia dos candidatos para a semana decisiva e o debate da TV Globo.

Caso não haja mudança significativa durante a semana, Teixeira acredita que agora é Dilma quem irá para o último embate "pensando em como não perder", enquanto Aécio precisará atacar.

O desempenho nos debates realizados até aqui também pode ter contribuído para a ultrapassagem de Dilma nas pesquisas. O tom duro utilizado contra Dilma, somado à discussão com Luciana Genro (PSOL) no primeiro turno, foi explorado pela campanha petista e pode ter prejudicado Aécio.

O professor lembra que, após o debate, o PT começou a falar em "desrespeito" contra mulher.

Coincidência ou não, Dilma reverteu a vantagem do tucano entre o público feminino. Em pesquisa de 9 de outubro, Aécio tinha 46% e Dilma estava com 42% das intenções de voto entre o público feminino. Onze dias depois, é a petista quem lidera por 46% a 41%.

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