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Crise afeta até decisão do brasileiro de se casar, diz IBGE

Levantamento do IBGE revela que a crise econômica no país tem levado o brasileiro a celebrar menos casamentos; veja outros destaques sobre a pesquisa

Alianças de casamento (Jeff Belmonte/WIkimedia Commons/Wikimedia Commons)

Alianças de casamento (Jeff Belmonte/WIkimedia Commons/Wikimedia Commons)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 19 de novembro de 2017 às 06h30.

Última atualização em 19 de novembro de 2017 às 06h30.

São Paulo – A crise econômica no Brasil tem levado o brasileiro a celebrar menos casamentos. É o que revela as Estatísticas do Registro Civil divulgadas nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a pesquisa, 1.095.535 casamentos civis foram registrados em 2016 – uma queda de 3,7% em relação ao ano anterior.

A redução foi observada em todas as grandes regiões do país, tanto nos matrimônios entre cônjuges de sexos diferentes quanto entre cônjuges do mesmo sexo – com exceção das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que apresentaram aumento nos casamentos homoafetivos, de 1,6% e 7,7%, respectivamente.

Segundo a gerente da pesquisa de Registro Civil do IBGE, Klivia Brayner, a principal hipótese para o resultado é a crise econômica enfrentada pelo país, que fez a população economizar mais.

A pesquisa também mostrou que entre os 27 estados brasileiros, 20 apresentaram redução dos casamentos civis entre 2015 e 2016, sendo que Piauí (-13,2%), Alagoas (-12,5%) e Paraíba (-11,3%), tiveram reduções acima de 10,0%. Na contramão, o Amapá se destaca pelo aumento de 20% número de uniões no período.

Por outro lado,  o número de divórcios cresceu no período: 344.526 brasileiros se divorciaram no ano passado – em 2015, 328.960 casais tomaram a mesma decisão. A maior proporção das dissoluções ocorreu nas regiões Sudeste (2,69%), Centro-Oeste (2,60%) e Sul (2,42%) do país.

Veja outros fatos sobre os casamentos e divórcios no Brasil:

Brasileiros se casam por volta dos 30 anos

Em média, os homens costumam subir ao altar com 30 anos de idade e as mulheres por volta dos 28 anos. Considerando as uniões entre pessoas do mesmo sexo, a idade média dos cônjuges é de 30 anos.

Já os divórcios acontecem quando o homem tem em média 43 anos e a mulher, 40 na data do divórcio. No geral, segundo o IBGE, o tempo médio entre a data do casamento e a data da sentença ou escritura do divórcio é de 15 anos.

São Paulo é o estado campeão de casamentos

Em números absolutos, o estado de São Paulo registrou 296.545 matrimônios em 2016 – mas teve queda de 2,9% em relação ao ano anterior. Minas Gerais e Rio de Janeiro aparecem em segundo e em terceiro lugar com 110.201 e 105.962 uniões, respectivamente.

Amapá (2.764), Acre (5.121) e Tocantins (6.761) foram as unidades com o menor número de casamentos no ano passado.

Número de casamentos gays cai pela primeira vez desde 2013 

Desde que a resolução que permite a união civil entre casais homossexuais foi aprovada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2013, o número de casamentos homoafetivos só acelerou. Em 2016, no entanto, 5.354 casamentos foram registrados - uma queda de aproximadamente 5% em relação ao ano passado. 

A região Sudeste do Brasil foi palco da maior quantidade de casamentos entre cônjuges do mesmo sexo: 3.125 uniões. Já a região Norte teve apenas 195 casamentos no ano.

Dezembro é o mês queridinho dos noivos

O levantamento também mostrou que dezembro é o mês favorito dos casais brasileiros: no total, 127,6 mil cerimônias foram celebradas.

Por outro lado, fevereiro é o que menos agrada os noivos – foram registradas somente 69,9 mil uniões no mês.

Casais com filhos menores de idade são os que mais se divorciam

A maior proporção das dissoluções ocorreu em famílias constituídas somente com filhos menores de idade (47,5%) e em famílias sem filhos (27,2%).

Vale destacar que há predominância das mulheres permanecerem com a guarda dos filhos menores após o divórcio. Em 2016, essa proporção foi de 74,4%.

 

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