Raul Jungmann: ministro garantiu que o exército não terá contato direto com os presos (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 11h51.
Brasília - Um dia depois de o Palácio do Planalto anunciar a atuação das Forças Armadas para inspecionar cadeias de todo o País, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse nesta quarta-feira (18) que os militares vão atuar nos presídios para reduzir a criminalidade, não havendo risco de contaminação das Forças Armadas pelo crime organizado.
Jungmann ressaltou que os militares não irão enfrentar as facções que atuam nas cadeias, já que essa tarefa cabe às polícias.
Em termos operacionais, as Forças Armadas estarão prontas dentro de oito a 10 dias para atuarem em presídios, informou o ministro.
O Ministério da Defesa vai disponibilizar inicialmente R$ 10 milhões para o emprego dos militares nas penitenciárias, ainda que não haja uma previsão de custos para as inspeções, pois esse cálculo dependerá do número de presídios vistoriados e das distâncias de deslocamento das equipes - caberá a cada Estado solicitar ao governo federal o apoio dos militares.
"As Forças Armadas não irão operar e controlar presídios e penitenciárias, não vão manejar os presos durante a varredura e não vão substituir policiais e agentes penitenciários estaduais. As Forças Armadas não atuarão sozinhas", destacou Jungmann.
O ministro reiterou que "as Forças Armadas não terão contato direto com os detentos". "Não haverá esse contato com a criminalidade. As Forças Armadas não irão enfrentar essas facções, isso é tarefa de polícias", frisou Jungmann.
A ideia do governo é que as vistorias nas cadeias ocorram de surpresa, "sem a possibilidade de vazamentos que possam implicar no insucesso de uma varredura", explicou o ministro.
Jungmann classificou como "tragédia humana" os massacres ocorridos em presídios do Rio Grande do Norte, Amazonas e Roraima.