Venezuelanos imigrantes: no local do ataque de quinta-feira viviam seis adultos e sete crianças (Carlos Garcia Rawlins/Reuters/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de fevereiro de 2018 às 11h57.
Boa Vista - Uma criança venezuelana de 3 anos e seus pais ficaram gravemente feridos na quinta-feira 8 em Roraima após desconhecidos jogarem uma bomba caseira dentro da casa onde estavam abrigados.
As vítimas foram levadas para o hospital e a criança sofreu queimaduras de segundo grau em várias partes do corpo.
Na segunda-feira, dia 5, um caso parecido havia ocorrido no mesmo bairro. Imagens de câmeras de segurança flagraram um homem jogando gasolina e ateando fogo em direção à varanda de uma casa onde vivem 31 venezuelanos. Uma imigrante que dormia com outra pessoa em uma rede teve queimaduras de segundo grau no rosto, pescoço e costas.
No local do ataque de quinta-feira viviam seis adultos e sete crianças, que estavam dormindo quando foram atacados. A família veio de Maturi, na Venezuela, onde venderam casa e bens para custear as passagens.
"Antes da crise, a vida era maravilhosa. Depois, não tínhamos hospital, educação e comida. Por isso, fugimos para o Brasil", explicou Jankely Vasquez, de 29 anos, que vende bananinhas na rua para sobreviver.
A secretária de Segurança Pública de Roraima, Giuliana Castro, afirmou que o crime está sendo apurado pela Delegacia Geral de Homicídios. "Vamos verificar se é um caso de xenofobia contra venezuelanos. Não é o primeiro caso de ataque com coquetel molotov contra venezuelanos e, se for considerado um crime de ódio, haverá punição" declarou.