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Criança atingida por bala perdida no Rio sofre morte cerebral

Vitor Gabriel Leite Matheus, de três anos, foi atingido por um tiro na cabeça enquanto brincava na sala de casa na tarde de segunda-feira (30)

Nova Iguaçu: Vítor é a nona criança atingida por uma bala perdida no Estado este ano (Charles Souza/Prefeitura de Nova Iguaçu/Divulgação)

Nova Iguaçu: Vítor é a nona criança atingida por uma bala perdida no Estado este ano (Charles Souza/Prefeitura de Nova Iguaçu/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de novembro de 2017 às 17h48.

Rio - O Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, confirmou nesta quinta-feira (2) a morte cerebral de Vitor Gabriel Leite Matheus, de três anos, atingido por um tiro na cabeça enquanto brincava na sala de casa na tarde de segunda-feira, 30 de outubro, em São João do Meriti, na Baixada Fluminense.

Segundo o diretor do hospital, Joé Sestello, a família decidiu doar os órgãos do menino. Vítor é a nona criança atingida por uma bala perdida no Estado este ano. O caso foi registrado na 64ª DP (São João de Meriti). De acordo com o comando do 21º BPM (São João de Meriti), não havia nenhuma operação ou ocorrência no local.

A criança brincava com os irmãos dentro de casa quando foi atingida. O pai ouviu um estrondo e achou que uma das crianças tinha caído no chão. Mas encontrou o menino com a cabeça ensanguentada. Segundo o pai de Vitor, o pedreiro Anderson Neves de Oliveira, de 56 anos, o tiro teria entrado pelo telhado.

"Ele estava no sofá de casa, vendo TV com os irmãos mais velhos (dois gêmeos de 7 anos). Eu havia chegado em casa, entreguei um remédio que havia trazido para minha mulher e tinha acabado de sentar na sala. Ouvi um estrondo, um barulho semelhante à explosão de uma bexiga, e vi o Vitor caído, sangrando", conta o pai. "Achei que ele tivesse caído, batido a cabeça em alguma ponta do sofá e por isso estivesse ferido."

Oliveira disse que não sabe o que pensar do episódio.

"Estou com muita raiva e muita tristeza e sei que nunca vou descobrir o autor desse disparo", prevê Oliveira, que é pai de quatro filhos. Além de Vitor, que completaria 4 anos em 1º de janeiro, e dos dois gêmeos de 7 anos, tem uma filha de 1 ano e 4 meses.

Ontem, desesperado, ele havia feito um desabafo: "Peço aos bandidos que guardem as suas armas e não disparem tiro à toa, pois a munição que vai para o alto tem que cair em alguma lugar. Assim como caiu na cabeça do meu filho, a bala pode atingir outra criança ou adulto."

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