Brasil

Crescimento expressivo do comércio mostra que economia continua aquecida

Ex-diretor do Banco Central diz que, apesar de a inflação ser basicamente de alimentos, governo precisa conter demanda doméstica

Freitas: "indefinição sobre a intensidade do aperto monetário já reduziu os prazos dos financiamentos" (Cristina Bocayuva/CNC)

Freitas: "indefinição sobre a intensidade do aperto monetário já reduziu os prazos dos financiamentos" (Cristina Bocayuva/CNC)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2011 às 15h11.

São Paulo - Quando for divulgado pelo IBGE, o balanço de vendas do comércio de dezembro deverá repetir o bom desempenho de novembro e encerrar 2010 com alta de 11,2%, um recorde para o setor. Esse resultado confirma que a economia brasileira continua aquecida e fortalece as medidas de combate à inflação.

A avaliação é do ex-diretor do Banco Central e chefe do departamento econômico da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, que participou nesta quarta-feira (12) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.

“Isso (desempenho expressivo do comércio) mostra que a economia continua forte. O governo está tentando esfriar um pouco a demanda agregada, cortando os gastos públicos, aumentando juros e tirando um pouco o crédito da economia. Porém, eu acredito que o comércio continuará com desempenho favorável, com crescimento entre 6% e 8,5% nesse ano”, diz Freitas.

O economista avalia que a inflação atual é basicamente de alimentos, pressionada pela alta dos preços das commodities “Se tudo ocorrer dentro do que está sendo previsto - corte fiscal, aumento de juros e crédito um pouco mais curto e mais caro -, a inflação nesse ano pode ser um pouquinho abaixo do que foi no ano passado, mas a meta central de inflação, obviamente, não será atingida nesse ano.”

O ex-diretor do Banco Central diz que “a indefinição sobre a intensidade do aperto monetário já reduziu os prazos dos financiamentos, mas ainda assim a oferta de crédito deve crescer 10% neste ano ou até um pouco mais, pois tem uma parte que é crédito subsidiado pelo governo.”

Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, basta clicar na imagem ao lado), Carlos Thadeu de Freitas também avalia as perspectivas para os Estados Unidos, a Europa e a China.

Acompanhe tudo sobre:ComércioConsumoCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoJurosPolítica fiscalPolítica monetáriaVarejo

Mais de Brasil

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático

Ministra interina diz que Brasil vai analisar decisões de Trump: 'Ele pode falar o que quiser'

Bastidores: pauta ambiental, esvaziamento da COP30 e tarifaço de Trump preocupam Planalto